sexta-feira, 6 de junho de 2008

Os ´donos do mundo´ são o máximo !



Alterações climáticas
Senado norte-americano rejeita projecto de redução de 66 por cento das emissões até 2050


Segundo o jornal Público de hoje, a primeira grande proposta norte-americana contra as alterações climáticas, que defendia uma redução de 66 por cento das emissões de gases com efeito de estufa, não conseguiu passar hoje a votação no Senado, de maioria democrata entre os seus 100 elementos.
O texto conseguiu apenas 48 votos (36 contra) dos 60 que seriam necessários para que fosse a votação final em plenário. A proposta - da iniciativa do senador republicano John Warner (Virgínia) e de Joe Lieberman, independente (Connecticut) e, por isso, conhecida por Warner Climate Security Act – previa que as emissões norte-americanas fossem reduzidas em dois por cento por ano, entre 2012 e 2050, baseadas nos níveis de emissões de 2005.
O documento iria impôr limites às emissões a 86 por cento das indústrias americanas. Estas emissões deveriam ser reduzidas em 19 por cento até 2020 e 71 por cento até 2050, segundo detalhes da proposta de lei divulgados pelo Conselho de Ambiente do Senado.

Segundo a edição online do “Washington Post”, o Presidente George W. Bush já tinha avisado que iria vetar a proposta de lei, mesmo se esta fosse aprovada pelo Congresso.

Os opositores ao documento alegaram que este iria prejudicar a economia norte-americana e contribuir para o aumento dos preços dos combustíveis. Os seus defensores democratas acusaram os republicanos de estarem a veicular informações incorrectas.

Em Março de 2001, a Administração Bush rejeitou ratificar o Protocolo de Quioto sobre Alterações Climáticas, alegando os prejuízos para a economia do país, nomeadamente o aumento do desemprego. O facto de países emergentes como a China, Índia e Brasil não fazerem parte do pacto foi outra razão da recusa norte-americana.

Quioto, que expira em 2012, prevê uma redução média de 5,2 por cento das emissões de gases com efeito de estufa, a níveis de 1990, até 2008-2012.

Esta situação é perfeitamente anacrónica face às auto-propagadas «virtudes americanas em prol da democracia dos povos», uma vez que demonstra à exaustão que tanto "democratas" como "republicanos" e a maioria do povo americano querem lá saber do resto do mundo, porque acham que este se resume aos EUA !

Isto quando se constata que as alterações climáticas que se previam só para daqui a duas décadas estão já à nossa porta e os próprios americanos têm vindo a sofrer as consequencias do facto. Ou será que New Orleans já foi de todo esquecida ?

A coerência da política externa americana vê-se neste tipo de atitudes e a da politica interna constata-se também ao sabermos que o Senado americano também bloqueou, no passado dia 28 de Maio, a reforma migratória que regularizaria milhões de estrangeiros sem documentos, ao negar-se a realizar o debate sobre o projeto de lei por 53 votos contra e 46 a favor, o que impede a votação final.

Em contrapartida, em 20 de Fevereiro de 2007, os ministros do Ambiente da União Europeia chegaram a acordo para a redução de “pelo menos 20 por cento” dos gases de efeito de estufa até 2020. A redução poderá atingir os 30 por cento, se outros países industrializados se comprometerem com metas idênticas, o que pelos vistos se não irá passar.

Talvez seja altura de a Europa ultrapassar as pequenas divergências «caseiras» que têm minado o seu caminho para uma verdadeira União Europeia, com uma política externa e de defesa comum e assumir no contexto mundial o peso político que merece !


Veja o artigo original: Senado dos EUA chumba corte na emissão de CO2

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