sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sessões plenárias da AR pràticamente vazias

Segundo o jornal Sol de hoje, a sessão plenária da Assembleia da República de 15 de Maio de 2008, que havia sido agendada pelo PSD, nunca contou com mais do que cerca de 25 presenças dentre os 75 deputados que compõem a bancada parlamentar deste partido.

"Guilherme Silva, Patinha Antão, Miguel Santos, Feliciano Barreiras Duarte, José Matos Correia, José Cesário e Duarte Pacheco. São estes os únicos deputados sociais-democratas que faltaram à sessão plenária de quinta-feira, segundo o registo de presenças publicado esta tarde no site da Assembleia da República.
O debate foi sobre políticas de família e tinha sido marcado a pedido do PSD. Na bancada, contudo, nunca chegaram a estar mais de 25 deputados, apesar de os sociais-democratas terem 75 lugares. A votação dos seis projectos apresentados pelo PSD foi adiada para esta sexta-feira precisamente por se encontrarem no plenário poucos deputados.
«Eu pedi o adiamento da votação, como é direito de quem faz o agendamento potestativo, porque verifiquei que faltavam alguns deputados do partido», afirmou ao SOL Hugo Velosa, vice-presidente da bancada.
O deputado madeirense, que fez o debate, estranha a discrepância nos números, mas lembra que os deputados não são obrigados a ficar na reunião, sendo a sua presença necessária apenas nas votações. «Há muitos outros serviços que podem requerer a presença dos deputados, como audições de pessoas, reuniões ou trabalhos para o partido», disse Hugo Velosa, que lamenta, no entanto, a pouca comparência na sessão propriamente dita.

Outra razão para a falta dos deputados está na campanha para a liderança do partido, que começa a entrar num ritmo mais acelerado. Além de dois deputados serem também candidatos - o líder parlamentar Santana Lopes e o deputado Patinha Antão -, a campanha envolve os esforços de muitos outros directamente afectos às candidaturas.
A ausência de muitos deputados do PSD durante o debate de quinta-feira mereceu até, na altura, uma crítica do líder parlamentar do BE. «A inflação dos projectos é inversamente proporcional ao interesse da bancada», disse Luís Fazenda."

Esta notícia só nos surpreende pelo facto de ser objecto da atenção dos meios de comunicação social, neste caso particular - do Sol, uma vez que a situação descrita é frequente na AR e atinge todos os partidos políticos com maior representatividade tais como o PS, PSD e CDS-PP.

Trata-se efectiva e infelizmente de uma atitude frequente por parte dos «representantes» da democracia, que não dignifica o cargo que ocupam e mostra uma pefeita falta de carácter moral e de ética de quem a assume.

As "desculpas" apresentadas neste caso por Hugo Velosa, podendo ser teòricamente reais, não são de modo nenhum atendíveis. Isto porque, para além de tudo, o PSD assume actualmente a liderança do número de faltas dos seus deputados às sessões plenárias da AR.

Fiquem os partidos políticos cientes, sem excepção, de que «O Voo do Falcão» irá fazer um estudo aprofundado sobre o comportamento dos 230 deputados na AR, a coberto da «saga» que iniciámos com o artigo Refundação da democracia-portuguesa - parte 1

1 comentário:

tuggaboy disse...

Alegra-me bastante ver que ainda há quem ponha o acento grave nas palavras terminadas em "-mente" (e suponho que nos diminutivos também)... Creio que nós (Portugueses) deveríamos fazer algo para impedir que a nossa Língua Portuguesa não se transforme num farrapo lingüístico e que caso tenham que haver alterações, que se façam para melhor.
[nota: Eu ponho trema nas palavras em que "que", "qui", "gue" e "gui" têm u que são pronunciados. Mas não sou brasileiro, apenas defendo que este é o único aspecto que estes têm na sua grafia e que se deveria introduzir na nossa. Um caso simples é por exemplo "frequente", cujo "u" se lê. Mas se tirar-mos "fre" a "quente", temos uma palavra em que o "u" já não se lê (conforme as regras da Língua Portuguesa).