quinta-feira, 12 de junho de 2008

As confusões de Cavaco Silva

10 de Junho de 2008


Aníbal Cavaco Silva desafia portugueses a começarem a ser "exigentes e rigorosos" consigo próprios

Segundo o jornal Público, o Presidente da República referiu nas comemorações do «dia da raça», como chamou ao 10 de Junho tal como Américo Tomás e Oliveira Salazar o fizeram durante décadas, que "um país onde as instituições não sejam fiáveis; um país que não cresça e não inove, criando riqueza e oportunidades para todos; um país sem uma escola de onde saiam elites capazes de integrar a sociedade do conhecimento e lidar com as tecnologias mais avançadas, um país que não confia no seu próprio futuro, por muito que possa orgulhar-se do seu passado, dificilmente pode aspirar a uma intervenção relevante no plano externo".

"Temos de começar por ser exigentes e rigorosos connosco se queremos que o imenso património que herdámos e de que justificadamente nos orgulhamos se transforme num verdadeiro instrumento ao serviço do progresso e da prosperidade do nosso povo", afirmou.

Claro que Cavaco Silva já se não deve lembrar que, para recomendar aos portugueses que sejam exigentes e rigorosos consigo mesmos, deve dar o exemplo e exigi-lo ao resto da classe política portuguesa.

Para quem há bem pouco tempo criticava os altos salários dos gestores portugueses, mostra pouca coerência ao aceitar (ou solicitar ?) que a Assembleia da República, por iniciativa do PS, tenha legislado no sentido de os ex-Presidentes da República, o presente e futuros, passarem a poder acumular a 100% todas as pensões a que têm direito pelas funções que desempenharam com a subvenção vitalícia inerente ao cargo de Presidente da República.
Sem quantificar o valor das mesmas, e salvo qualquer omissão, o actual Presidente da República irá poder acumular as suas pensões relativas ao Banco de Portugal, de Professor Universitário, de ex-Primeiro Ministro e a subvenção vitalícia de ex-Presidente da República.
Seria interessante saber quanto será o rendimento de Cavaco Silva logo que deixe a Presidência !

Qualquer português daqueles a que pede rigor, só teria direito a 80% do somatório dos anos de desconto para a Segurança Social.

Incoerências, Sr Presidente da República !

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