Mais zangas desta vez entre puras donzelas...

Socialistas abandonam manifestação da CGTP

Segundo o jornal Expresso de hoje, sindicalistas do PS que participavam numa manifestação covocada pela CGTP e que, segundo a PSP, deverá ter contado com mais de 200.000 pessoas, não aceitaram que se gritasse "Está na hora do Governo se ir embora", que não fazia parte da lista dos slogans discutidos na Comissão Executiva em vez de "Está na hora, está na hora desta política se ir embora"

Assim, os principais sindicalistas do PS na CGTP abandonaram esta tarde a manifestação promovida pela central sindical contra a política do Governo. Foi o próprio Carlos Trindade, o coordenador da corrente socialista, quem confirmou a sua saída ostensiva da cabeça da "manif", quando esta passava junto ao cinema S. Jorge, a meio da Avenida da Liberdade.

"Quando verificámos que este slogan estava a ser assumido pela própria estrutura da central e a ser difundida a partir dos carros de som, decidimos sair da manifestação, em sinal de protesto", explicou Carlos Trindade que foi acompanhado por outros socialistas da executiva, como Armindo Carvalho, Conceição Rodrigues e Fátima Carvalho.

Comentando a exigência de demissão do Governo, traduzida naquela palavra de ordem, Trindade disse que se tratava de "uma posição aventureira e sectária por parte do aparelho do PCP, que mais uma vez se aproveita de uma grande manifestação de massas da CGTP".

Como se pode concluir por esta afirmação, todos estes dirigentes socialistas de sindicatos filiados na CGTP já sabiam "do que é que a casa gasta" e, na sua alegada ingenuidade, acabaram por se comportar como puras é castas donzelas, para quem menos um «está na hora» e mais um «de o Governo se ir embora» pôe em causa o essencial.

E o essencial é que mais de 200.000 pessoas voltaram a estar na rua a contestar a actual política deste Governo de um partido que se reclama(va) do chamado «Socialismo Democrático», aquilo que na realidade era uma Social Democracia com outro nome e de rosto "Humanista".

Mário Soares certamente saberia ultrapassar esta "quesília de trazer por casa" voltando-a em seu favor, e não deixaria que o essencial fosse ofuscado pelo acessório, dado o momento actual e perante a total descaracterização do PS, traduzida pela praxis política neo-liberal do Governo e seu «amorfo» suporte Parlamentar !

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