domingo, 1 de junho de 2008

Aínda os Recibos Verdes - incentivos à realização de contratos

As opções políticas de fundo em relação ao tipo de economia que se pretende para um País, como já se comprovou amplamente, definem os resultados finais.

Uma opção «tutelar» por parte do Estado conduz a uma situação de clientelismo político por parte dos empresários, situação vivida às claras durante todo o Estado Novo e camuflada durante os últimos 34 anos.

Uma opção «neo-liberal» já provou conduzir a um "vale tudo" em que a acção do «mercado» teòricamente faria o papel de balança.

Portugal parece apostar em contradizer toda a base da economia moderna, pois por cá a dita «concorrência» nunca conduziu a uma diminuição dos preços mas sim a um ilegal e "concertado" nivelamento por alto dos mesmos por parte dos agentes económicos (veja-se o resultado da liberalização do preço dos combustíveis).

A realidade é que, no País da treta em que vivemos e tal como no ensino em geral, os nossos ditos «empresários» nada aprenderam também!

O tecido empresarial do País continua a ser constituido na sua enorme maioria por PME (com menos de 15/20 trabalhadores) e o estado da nossa economia real continua, como dantes, a ter como protagonistas 99% de ditos «empresários» sem qualquer formação para tal, nem académica nem prática, para os quais o nível de formação dos seus trabalhadores é irrelevante, desde que só lhes paguem pouco mais do que o ordenado mínimo nacional.

Continuamos a viver numa economia de pequena escala baseada em baixos salários e com patrões que só se preocupam com o tempo que os seus empregados gastam nas idas ao WC.

Face ao impacto que as grandes economias emergentes, tais como a China e o Brasil, começam a ter no contexto global, já que se aproveitam exactamente do binómio baixos salários/produção em grande escala, é negro o futuro de paises como o nosso, sem riquezas naturais e sem produção sequer de matéria alimentar que seja suficiente para abastecer o País.

Seria necessário que tivessemos tido políticos e «empresários» à altura de uma Irlanda, que passou de um Estado profundamente rural a um Estado altamente competitivo e inovador em duas décadas apenas. Parte das três em que Portugal se entreteve a fazer auto-estradas e em diatribes parlamentares!

Contràriamente ao que os nossos actuais governantes pensam (e disso não são isentos de culpa todos os que os antecederam...), o problema do futuro da actual juventude, e que não se cinge a mas passa pelos ditos «recibos verdes», não se resolve nem por decreto nem por ridículos e inócuos incentivos !

A esperteza saloia do nosso «empresariado» depressa achará maneira de ultrapassar a questão, e com lucro para sí próprio.

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