quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bom, pelo menos vou tentar...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Coincidências...

Talvez tenha visto mal mas não me apercebi de que, como vem sendo feito na Net, algum jornal se tenha ainda interrogado sobre a sucessão de três notícias em pouco mais de dois meses que, isoladas, talvez só tivessem lugar nas páginas de Economia mas que, juntas, e com um director ou um chefe de redacção curiosos de acasos, até poderiam ter sido manchete.

A primeira, de 16 de Março, a da renúncia - dois anos antes do termo do seu mandato - de Almerindo Marques à presidência da Estradas de Portugal (para que fora nomeado em 2007 pelo então ministro Mário Lino), declarando ao DE que "no essencial, est[ava] feito o [s]eu trabalho de gestão".

A segunda, de 11 de Maio, a de uma auditoria do Tribunal de Contas à Estradas de Portugal, revelando que, com a renegociação de contratos, a dívida do Estado às concessionárias das SCUT passara de 178 milhões para 10 mil milhões de euros em rendas fixas, dos quais mais de metade (5 400 milhões) coubera ao consórcio Ascendi, liderada pela Mota-Engil e pelo Grupo Espírito Santo. Mais: que dessa renegociação resultara que o Estado receberá, este ano, 250 milhões de portagens das SCUT e pagará... 650 milhões em rendas.

E a terceira, de fins de Maio, a de que Almerindo Marques irá liderar a alegada reestruturação da "Opway", construtora do Grupo Espírito Santo e acionista da Ascendi.

Na altura, o mais certo, porém, é que tais notícias não tivessem nada a ver umas com as outras, que a sua sucessão fosse casual e não causal (?!). Verificou-se que não, claro. Resta saber para onde foi Filipe Soares Franco, mas certamente que o próximo «tacho» compensou o seu pedido de demissão já no início do ano...
 
Contràriamente ao que agora acontece com a passagem de deputados e elementos do Governo para a esfera privada após os seus mandato, que está condicionada, o mesmo não acontece com os designados «gestores públicos» que são comprados pelo sector privado, à semelhança dos jogadores de futebol, pela ligações e compadrios que criaram ao longo da sua actividade no sector público, normalmente ruinosa.
 
Em Inglaterra, um dos bons exemplos a citar, os «gestores públicos» são responsáveis pessoalmente pelos resultados da sua gestão e sai do seu próprio bolso o prejuizo considerado de sua responsabilidade. Por cá reina a inimputabilidade!
 
No País dos compadrios e trocas de favores impunes face a uma justiça moribunda mas bem paga e cheia de benesses de que não abdica, qual Alberto João no seu «Reino das Bananas», acho que já ninguém acredita em coincidências mas que se está «BORRIFANDO» para tudo o que se passa à sua volta.
 
E parece que são cerca de 10 milhões! 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dear Mr Murdoch

segunda-feira, 11 de julho de 2011

David Mourão Ferreira, ´E Por Vezes´

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A realidade sobre a TAP que não é dita aos portugueses pelos média



É esta a Companhia Aérea Portuguesa
que o «Estado a que isto tudo chegou»
quer vender ao desbarato por imposição
das agências de notação financeira, sob
os auspícios da "troika" FMI/BCE/CE




A TAP E O ESTADO PORTUGUÊS

Nesta altura em que se especula sobre tudo, onde aqui e ali vêm ao de cima algumas verdades, e onde alguma comunicação social teima em muitos casos na mentira ou na ligeireza da informação, para bem da verdade e porque se trata de uma das empresas portuguesas com mais prestigio nacional e internacional e curiosamente uma das maiores exportadoras, será necessário realçar o seguinte:

O Jornal das Comunidades nº C93/12 publicou em 30/03/1994 a Comunicação da Comissão "relativa à recapitalização programada para a TAP" onde se dava a conhecer que, a partir desse momento, o seu único accionista ficava impedido de conceder qualquer ajuda à transportadora nacional, que vive desde então exclusivamente dos fluxos financeiros que tem sido capaz de gerar para fazer face aos compromissos com os seus clientes, com os fornecedores, com os seus trabalhadores e, naturalmente, com o Estado português.

Mesmo as chamadas "indemnizações compensatórias", aplicadas no âmbito do serviço público às Regiões Autónomas, passaram a ser ajudas aos residentes naquelas zonas do País e não às companhias que operam para os Açores (a Madeira deixou de estar abrangida após ter sido efectuada a liberalização do espaço aéreo para a região).

E, no entanto, quase todos os dias vemos, ouvimos e lemos opiniões na comunicação social que se referem à TAP como se ela fosse um fardo para o "erário público". E não o é, pelo contrário. A TAP, pelo facto de o seu capital ser 100% público, até está em condições de desvantagem face às suas concorrentes, cujos accionistas não sofrem qualquer inibição em tomar as medidas de ordem financeira que entenderem.

A realidade dos números não oferece dúvidas: a TAP não recebe nada do Estado há 13 anos e aínda gera todos os anos uma apreciável receita líquida para os cofres públicos.

Só em 2009 foram 198.734.297,50 euros, relativos a impostos e contribuições para a Segurança Social.

É verdade que uma mentira muitas vezes repetida acaba por se transformar em alegada verdade para quem ignore a situação ou se esteja «nas tintas» para a mesma. Mas, neste caso, trata-se de uma verdade que, mesmo que tenha sido já muito repetida, continua a ser escondida dos contribuintes e que é imperioso dar a conhecer.

Para além do mais, e por uma questão de ética e moralidade, há que recordar alguns factos da história da TAP, aínda "Transportes Aéreos Portugueses" e depois "Air Portugal", que a maior parte dos portugueses de hoje desconhece ou faz por ignorar e que constituem até património histórico e cultural do País Europeu que pretendemos um dia vir a ser, uma vez que infelizmente actualmente nos incluem no grupo dos chamados PIG´s.

Assim, e pedindo-vos desculpa pela necessidade de ser algo exaustivo, gostaria de recordar o seguinte:
  • A TAP foi constituida em 14 de Março de 1945 por iniciativa estatal como empresa com a característica de "companhia de bandeira" portuguesa, passando a ser privada em 1953 e nacionalizada em 1975; 
  • Nesses tempos, e nos mesmos moldes, nasceram a maior parte das companhias aéreas europeias;
  • A partir de 1967 a TAP passou a ser a primeira companhia aérea europeia a operar exclusivamente com aviões a jacto.
  • Portugal, ao contrário dos outros países europeus, foi sempre um País exportador de carne humana, primeiro não qualificada e agora num misto do mesmo e de jovens qualificados em busca de melhor sorte do que aquela que os diversos governantes desde o fim da ditadura lhes têm proporcionado;
  • Neste momento estima-se que, em números redondos, a população residente no «rectângulo» e ilhas seja da ordem dos 10 milhões de almas e que estejam emigrados por todo o mundo cerca de outros 5 milhões. A enormidade desta constatação de que cerca de 1/3 da população total está emigrada é esquecida ou «faz-se de esquecida» pela grande maioria da população residente neste fim do mundo, muito pelo sentimento de inveja relativamente a quem singra lá fora de que já Luis de Camões acusava os compatriotas seus contemporâneos;
  • Após a revolução de 25 de Abril de 1974, e pelo facto de o País não dispôr de moeda estrangeira suficiente para garantir o equilíbrio da sua balança externa, a TAP foi utilizada para a captação de divisas a bel prazer dos governantes da altura;
  • Como esses governantes, em vez de negociações sérias que acautelassem os interesses quer do País quer dos portugueses aí nascidos e/ou emigrados, decidiram oferecer «de bandeja» a independência a todas as então chamadas "colónias", numa espécie de fuga cobarde que não dignifica quem se vangloria de «ter dado novos mundos ao mundo», lá foi a TAP convocada para evacuar cerca de 500.000 residentes nessas diversas partes do globo, sem qualquer contrapartida financeira. Os voos de ida e volta a Angola e Moçambique, por exemplo, chegavam a durar 24 horas e esse era o tempo de trabalho contínuo que as respectivas tripulações faziam. Para memória futura, que certamente à maior parte da população actual completamente embrutecida e amorfa nada interessará, é preciso dizer-se que os aviões descolavam desses locais em condições que hoje em dia seriam de todo proibidas ou seja, com passageiros dentro das casas de banho, sentados ou deitados nos corredores dos aviões, etc.;
  • Por outro lado, nenhum dos ditos governantes se preocupou pelo facto de nesses vários locais agora independentes ter ficado imenso património da TAP, quer financeiro quer imobilizado, o que fez com que a Companhia fosse obrigada a transportar «ad eternum» um passivo enorme cujos resultados de exploração seriam sempre impossíveis de cobrir quer a curto, quer a longo prazo. Até porque, pelo meio, houve a primeira crise petrolífera que obrigou inclusivamente à venda dos 4 Boeing 747-200 que a Companhia possuia e eram a sua joia da coroa.
  • A título de exemplo para os actuais ignorantes, cada um desses aviões pagos a pronto na altura pelo (des)governo do «botas», custou um pouco menos de metade da Ponte dita então Salazar e agora 25 de Abril - 700.000 contos;
  • Vendido o ouro que o «botas» tinha acumulado no Banco de Portugal em vez de o investir no desenvolvimento do País (ao contrário do ditador da altura aqui ao lado), lá continuou a TAP a servir para a captação de divisas e para alimentar toda a espécie de «contabilidade criativa», como agora se diz e os desvarios das suas diversas Administrações politicas;
  • Ao mesmo tempo, os mesmos ignorantes,  embrutecidos e amorfos, que se não coincidem com a totalidade da população são pelo menos os 41,93% de abstencionistas nas últimas eleições legislativas, dividiam-se alarvemente entre duas opiniões - Portugal não necessitava de maneira nenhuma de uma «companhia de bandeira» ou Portugal necessitava inquestionàvelmente de uma «companhia de bandeira» pois ela era o veículo cultural e unificador da nossa diáspora e a projecção do nosso País no mundo;
  • Presumo que, como é costume com os sempre habituais "fifty/fifty" portugueses, o povão aínda se encontre neste estágio civilizacional.
E É ESTA A COMPANHIA AÉREA QUE O ESTADO QUER VENDER POR 10 TOSTÕES DE MEL COADO, enquanto mantém a CP, a REFER, os METROS DE SUPERFÍCIE DO PORTO e de ALMADA, bem como os institutos públicos que para nada servem como a ANACOM, ERSE, AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA, etc.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Gente rasca sem pingo de vergonha na cara

Há algum tempo, tive uma troca animada de opiniões numa espécie de fórum com um amigo aparentemente de sensibilidade mais alaranjada do que eu pensava, bem ao tom da nova vaga.

O assunto era o do «caso» Fernando Nobre e ele, depois de ter lido o artigo "Vergonhas, teimosias e derrotas nesta democracia...", questionava-me candidamente quanto ao título escolhido no que se referia ao termo «Vergonhas». E perguntava-me, aparentemente ofendido com o termo, vergonha porquê ?

E dizia-me também, à laia de explicação simples, que tudo não tinha passado do seguinte: Teria havido uma pessoa que ambicionava muito uma posição, outra que se tinha comprometido sob palavra a proporcioná-la e que cumpriu a sua palavra, tendo havido uma eleição a qual não tinha sido concretizada a seu favor, o que era normal em democracia. E mantinha a pergunta: vergonha, porquê ?

Confesso que, sendo meu amigo, me senti um pouco constrangido em aprofundar a questão na altura, tanto mais que o referido artigo era suficientemente elucidativo e a sua interpretação se me afigurava demasiado simplista e em certa medida inocente e infantil. Espero que ele, ao ler agora estas palavras tenha o bom senso de as avaliar no contexto certo e ver que não reflectem um juizo de valor sobre a sua pessoa em si mas sim sobre a falta de «calo» (não lhe chamarei cinismo, porque o não julgo capaz de tal postura) que esta nova vaga de J´s e pró-J´s vêm demonstrando.

Entretanto, foi publicado aqui o artigo "AMI - Fernando Nobre & Cia", o qual não deixa margem para dúvidas e que não sei se se deu ao trabalho de ler. Estando Fernando Nobre sentadinho na AR até hoje, a ocupar o seu lugar de deputado conquistado pelo voto popular depois de ter vendido a alma ao diabo, não tencionava voltar ao assunto.

Mas eis que hoje, o mesmo Fernado Nobre, aquele que se colou ao Bloco de Esquerda nas últimas eleições presidenciais e aí conquistou 500.000 votos, que de repente deu uma guinada para os lados do PSD e que seguidamente se propôs (ou lhe prometeram) ser o futuro Presidente da Assembleia da República, resolveu abdicar do seu lugar de deputado após dois dias de presença no hemiciclo!

E, chegados aqui, já não me podem pedir que seja comedido, que não "ofenda" a sensibilidade do meu amigo, pois o dever de dizer a verdade em tom bem alto suplanta tudo, sob pena de ser eu próprio o desavergonhado que nunca fui e nunca serei.

E aqui vão as razões porque a falta de vergonha dos envolvidos é escaldante e não pode ser calada:
  1. Passos Coelho, sabendo que o cargo de Presidente da AR tinha claramente exigências quanto a conhecimentos e experiência que Fernando Nobre não possuia, propô-lo para o mesmo apesar de ter consciência da própria oposição interna de muitos dos seus colegas de partido com mais bom senso;
  2. Fernando Nobre, sabendo que o cargo de Presidente da AR tinha claramente exigências quanto a conhecimentos e experiência que não possuia, aceitou candidatar-se a esse cargo (desejou ou exigiu-o) apesar de ter consciência da própria oposição interna de muitos deputados do PSD com mais bom senso do que o seu lider;
  3. À posteriori, Passos Coelho veio dar o dito por não dito no que se refere ao que havia afirmado sobre o 13º mês dos portugueses;
  4. São estas mesmas pessoas que chamavam MENTIROSO COMPULSIVO a José Sócrates;
  5. Na minha opinião Passos Coelho e Fernando Nobre não têm um pingo de vergonha na cara nem mais carácter do que o anterior PM. Estão exactamente ao mesmo nível, o mais rasteiro e traiçoeiro possível.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Oscar Wilde (escritor irlandês 1854 -1900)

Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo carácter e os inimigos pela inteligência.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tabús de Cavaco Silva iniciados há bastante tempo e aínda não explicados

Como os leitores já sabem, esta ave de rapina que sobrevoa este rectângulo pantanoso a que alguns chamam País, foi alvejado por um projéctil vindo dos lados de S. Bento e esteve largo tempo em coma mas se tivesse caido em Belém ou na Travessa do Possolo também isso não constituiria nenhuma novidade.

Certamente que, por trás da vidraça da sua marquise ilegal, o "Parolo dos Tabús" ficaria indiferente ao seu agonizar, saboreando placidamente uma laranja "da sua produção" e bebendo um chá servido pela sua Maria.

Vejam como é curioso que, por trás de cada pacóvio, de botas ou não...há sempre uma Maria!

Refundação da democracia portuguesa - parte 3

Esta «saga», que se iniciou em 2008 já com ideias muito concretas sobre aquilo que era previsível que se fosse passar em relação ao afastamento dos cidadãos da coisa pública, irá recomeçar agora face ao evoluir da situação política ao longo do tempo em que o autor da mesma esteve...calado.

Começa-se desde já pela publicação de um quadro, semelhante aos anteriores, desta vez com o resumo actualizado dos resultados das várias eleições legislativas desde 1975 e, no fundo, com o mesmo tipo de conclusões confirmadas pela realidade dos últimos anos.

A Abstenção, os votos válidos, brancos e nulos
Nota: Quadro compilado por consulta dos dados constantes do site da Comissão Nacional de Eleições relativos às eleições de 1975 a 2009 e dados publicados pelo Ministério da Justiça quanto a 2011

Para além das conclusões imediatas que acima se apresentam, continua a ser de realçar que o efeito combinado «abstenção/Método de Hondt» permitiria que nas eleições de 2011 qualquer partido tivesse uma maioria absoluta na Assembleia da República e pudesse governar a seu belo prazer com uns simples 24,1% reais de votos (cálculo obtido por simples extrapolação), ignorando arrogantemente toda a oposição e com a indiferença do MAIOR PARTIDO PORTUGUÊS DA ACTUALIDADE ....... a «ABSTENÇÃO».

A este propósito, chama-se a atenção para o video anteriormente "postado", o qual aparece naturalmente como consequência dos factos já assinalados.