quinta-feira, 31 de julho de 2008

Curiosidades de aquém e além Atlântico ! Coincidências ? George Orwell 2008 ?

LIBERDADES EM FRANÇA - Sistema de base de dados Edvige
Um primeiro recurso apresentado em Lyon chegou quarta-feira ao Conselho de Estado Francês contra o sistema de base de dados Edvige.
Um eleito lionês, Etienne Tête, contesta os decretos publicados a 1 de Julho, e que permitem nomeadamente fazer fichas dos eleitos, dos seus costumes e lugares que frequentam, mas também dos menores a partir dos 13 anos de idade.
O sistema de base de dados Edvige (para exploração documental e valorização da informação geral) será gerido pela Direcção Central da Informação Interna, fusão das antigas direcções de informações gerais e da vigilância do território. A sua instauração, bem como o fenómeno da execução de fichas (a polícia e gendarmerie totalizam 37 bases de dados diferentes) está a provocar vivas apreensões em França e uma forte mobilização. Uma petição, lançada a 10 de Julho, já conseguiu recolher mais de 50.000 assinaturas, as quais emanam de cerca de 500 organizações…
O seu pedido apoia-se sobretudo no artigo 8º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que garante o direito ao respeito pela vida privada e familiar dos cidadãos e não autoriza a ingerência das autoridades públicas a não ser que seja “necessária à segurança nacional, à segurança pública, ao bem-estar económico do país, à defesa da ordem e à prevenção de infracções penais, à protecção da saúde ou da moral, ou à protecção dos direitos e liberdades de outrém”.
Ora, realça Etienne Tête, o primeiro artigo do decreto que institui o sistema Edvige é muito mais liberal, porque bem mais geral. Autoriza, com efeito, a execução de fichas dos eleitos, dos sindicalistas, e de todos os que solicitam um mandato, quando estas informações foremnecessárias ao governo ou aos seus representantes para o exercício das suas responsabilidades”.
O eleito nota, além disso, que um certo número de informações que é possível recolher são totalmente inuteis à garantia da segurança nacional, ou prevenção das infracções, nomeadamente as informações de natureza privada.
Difícil, refere, é compreender o interesse […] de registar que determinado eleito, presidente da câmara municipal de uma grande cidade da França, tenha uma ou outra orientação sexual”.
Liberation.fr - 26 Julho 2008
LIBERDADES NOS EUA - O Senado americano aprova lei que autoriza escutas telefónicas
O Senado norte-americano aprovou esta semana uma lei que concede imunidade às empresas de telecomunicações que colaboram com o governo na tentativa de identificar suspeitos de terrorismo através de escutas telefónicas
. A medida aprovada com 69 votos a favor e 28 contra, deverá ser promulgada pelo presidente George W.Bush nos próximos dias.
Bush disse que, com a aprovação da medida, "é mais fácil proteger os cidadãos americanos". "Assinarei a lei em breve", reforçou já na Casa Branca, depois da Cimeira do G8 no Japão.
Diário Económico - 11 de Julho de 2008

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Protótipo de novo carro de combate socratino, futuramente a «pilhas»


Assaltos e assaltozitos, no País da treta do Pinóquio de ouro...


"ENTRONCAMENTO
Apreendida arma de quinteto suspeito de assalto e agressões a polícias
28 07 2008 23.03H
A Direcção-Nacional da PSP anunciou hoje a apreensão da arma "shotgun" alegadamente roubada no sábado, no Entroncamento, por cinco suspeitos de um assalto e agressões a dois agentes da PSP."

...

Sob este título, O Destak de hoje apresenta quatro comentários de leitores, um dos quais se transcreve seguidamente na íntegra, dado o seu evidente interesse para podermos continuar a avaliar o estado de «putrefação» em que se encontra este rectângulo pantanoso.

Apesar de compacto, NÃO DEIXE DE LER


"ASSALTO É ISTO. Mais uma Golpada - ERSE Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve. Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregador, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios. Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego. Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?». E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!». E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?». Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos». Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE foram mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica. Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes. Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, abusivo e desavergonhado abocanhar do erário público. Mas voltemos à nossa história. O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal e ajudas de custo. Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético. E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não. A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE? Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação. Já agora façam lá o favorzinho de reenviar para a V/ lista de amigos, pelo menos sempre se fica a saber de coisas importantes que retiram toda a credibilidade a esta cambada de MALANDROS deste País que de País só começa a figurar o nome. QUE VERGONHA DE PAÍS . NÃO SERÁ POR ESTA E POR OUTRAS QUE O MINISTRO DA JUSTIÇA NÃO QUER ATENDER ÀS OPINIÕES DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA E DE OUTROS RESPONSÁVEIS DA JUSTIÇA, NO QUE AO SEGREDO DE JUSTIÇA RESPEITA???? É QUE PECULATO, ABUSO DE PODER, BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS, CORRUPÇÃO, ETC. PASSAM MUITO POR CASOS DESTE TIPO E ENVOLVE OS POLÍTICOS E SEUS AMIGOS DO CAPITAL E NÃO SÓ!!!!!!"
AMILCAR GOMES 29.07.2008 11.56H

Veja o artigo original: O Destak de 30/07/2008 - 3º comentário

domingo, 27 de julho de 2008

O absurdo em que se transformou este País da treta e todos os seus pseudo-políticos em geral


Insólito - Vários ministros fizeram queixa do seu colega da Agricultura ao primeiro-ministro

Veto de bolso para agradar ao chefinho
Não, não é a silly season. É a mais pura realidade do que se vai passando num Governo fortemente abalado pela crise internacional e doméstica, que deitou o optimismo e o bom senso borda fora.

A história, desta feita, envolve o inevitável ministro da Agricultura, Jaime Silva, vários colegas do Governo e o próprio José Sócrates.
Fortemente abalado pelo facto de o primeiro-ministro ter chamado a si as negociações com as organizações de agricultores, Jaime Silva não perdeu tempo a tentar recuperar a confiança de Sócrates.
Para o efeito, escolheu uma forma original.
Sempre que um diploma do Governo, aprovado em Conselho de Ministros, merecia alguma reserva do primeiro-ministro, e tinha de ser assinado por si, era certo e sabido que ia parar a alguma gaveta do seu gabinete do Terreiro do Paço.
Os outros ministros começaram a estranhar tanta demora na circulação dos diplomas que acabaram por descobrir a tramóia. Contaram de imediato a história a José Sócrates que nem queria acreditar no que ouvia. De telemóvel na mão, tentou saber o que se passava. E a resposta foi verdadeiramente surpreendente. Jaime Silva dizia-lhe, convicto, que andava a fazer o veto de bolso porque pensava estar a fazer-lhe um favor.
António Ribeiro Ferreira, correioindiscreto@correiomanha.pt
Publicado no Jornal Correio da Manhã de 25.07.2008
Por outro lado, a lider do maior partido da oposição, que não conseguiu unir o tri-partido em que se transformou o PSD, põe-se em bicos de pés e saltos altos, com o ar tenebroso que se lhe conhece e em quem Tim Burton se baseou para o filme "A Noiva Cadáver", e diz solenemente:

"Não vou pedir a maioria absoluta"


Ah!Ah!Ah! Se o ridículo matasse, estavam todos mortos, o que seria talvez a nossa salvação. Se fossem japoneses, a sua noção de «honra» obrigava-os a fazer "Hara-Kiri" imediatamente !

Como são portugueses, estão todos de férias a dizer disparates e a gozarem dos rendimentos que os tachos do Bloco Central lhe garantiu.

Isto é o que é preciso fazer em Portugal

Por favor seleccione o link abaixo
Post retirado do blogue "Democracia em Portugal"

Traquinices do «arruaceiro» Alberto João Jardim e acólitos...

Frases da Festa do PSD-Madeira
1978 - "Os militares já não são o que eram. Os militares efeminaram-se", Alberto João Jardim.
1992 - "cambada de bandalhos que deram cabo de Portugal", Alberto João Jardim sobre o PS- nacional.
1993 - "Pela Madeira, contra Lisboa, contra Portugal!", Jaime Ramos, no Chão da Lagoa.
1993 - "Ninguém nos vai apertar o cinto!" - Jaime Ramos sobre a lei que obriga a usar cinto de segurança.
1996 - "Pôr Guterres na rua!" - Alberto João Jardim.
1996 - "Autonomia total!", Jaime Ramos em relação ao estatuto da Madeira.
1997 - "Pontapé no traseiro", Alberto João Jardim mostra o caminho para derrubar o governo socialista.
1997 - "Limpar o pêlo aos socialistas", acrescenta Jaime Ramos.
2000 - "Comunicação social, 'lobby gay' e droga", Jardim denuncia o "triângulo do mal".
2004 - "O regime político português é uma farsa de democracia (...), um sistema corporativo, muito ao gosto do dr. Salazar", Alberto João Jardim.
...
2008 - "José Sócrates é um grande inimigo da Madeira e quer parar com o desenvolvimento roubando dinheiro à região autónoma. Esse indivíduo faz o que há de menos ético num Estado democrático, usou o Estado para fazer combate político”, Alberto João Jardim.
2008 - "Quem quer ter ilhas no Atlântico tem de pagá-las, tem de sustentá-las. Se Portugal quer manter a Madeira unida a Portugal tem de pagar a tempo e horas senão vai ter uma acção de despejo”, Jaime Ramos.

sábado, 26 de julho de 2008

Morrreu Randy Pausch


Morreu em 25 de Julho de 2008 Randy Pausch, professor de informática da Universidade de Carnegie Mellon (EUA) que se tornou mundialmente famoso devido à palestra em que se despediu da família e da vida, depois de saber que morreria em breve com cancro do pâncreas. Tinha 47 anos.

A palestra centrou-se nos seus sonhos de infância, os quais conseguiu realizar em grande parte e constituiu uma enorme demonstração de coragem, força de vontade e exemplo de vida que comoveu milhões de pessoas que assistiram à mesma e ao vídeo da mesma colocado na internet através do YouTube. Aqui fica a homenagem à sua memória.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Cimeira da CPLP sob o signo das boas intenções e pouco investimento

Os chefes de Estado e de governo da CPLP deram esta sexta-feira o aval aos eixos prioritários da presidência portuguesa da Comunidade lusófona. Na VII Cimeira da CPLP, o primeiro-ministro José Sócrates definiu as prioridades de Lisboa para o biénio 2008-2010: promoção da Língua Portuguesa, cidadania, concertação político-diplomática e reforço da cooperação.

A Cimeira contou a presença dos presidentes de Portugal, Cavaco Silva, Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, Cabo Verde, Pedro Pires, Guiné-Bissau, João Bernardo “Nino” Vieira, São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, e de Timor-Leste, José Ramos-Horta.

Como já havíamos previsto num post anterior que poderá consultar no final, mais uma vez o auto proclamado Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, não compareceu à cimeira. Certamente devido àquele velho problema das "bitacaias" que o obriga a ir com frequência mais para os lados de leste tratar das unhas dos pés, como já havia acontecido durante a inauguração da EXPO 98, em que foi o único chefe de estado da CPLP que não esteve presente.
A delegação angolana foi liderada pelo primeiro-ministro Fernando Dias dos Santos Piedade “Nandó” e a delegação de Moçambique foi chefiada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Balói.
Língua Portuguesa é “activo fundamental”

O enfoque na promoção da Língua Portuguesa dado quer pelo Presidente Cavaco Silva quer pelo Primeiro Ministro não passa de retórica de quem na realidade sabe que nada se fez pela Língua Portuguesa ao longo de décadas e agora pretende fazer um show off com um mísero orçamento de cerca de 190 mil euros e 1,2 milhões para o secretariado executivo. A prova clara deste desinteresse de décadas e neste caso de séculos é o facto de termos estado 500 anos em Macau e aí termos deixado possìvelmente umas dezenas de pessoas a falar a nossa língua. A linguista angolana Amélia Mingas, da família do MPLA, foi reconduzida no cargo de directora do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, sedeado em Cabo Verde.

Curiosidades

Como observadores associados estiveram as Ilhas Maurícias, o Senegal e a Guiné Equatorial, os dois últimos inseridos na zona de influência linguística e económica francesa, a última das quais pretende mesmo aderir à CPLP.

A Guiné Equatorial, com pouco mais de 500 mil habitantes, é governada pelo regime totalitário do Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que chegou ao poder em 1979 depois de um golpe de Estado e que instituiu como línguas oficiais do País o Português, o Espanhol e o Francês, com vista a tentar a adesão à CPLP. Marcado pela repressão dos opositores ao regime e pela corrupção, o país figura nas listas negras das organizações de defesa dos Direitos Humanos. Contudo, é também rico em reservas de petróleo e gás natural, cobiçadas pelas maiores petrolíferas internacionais.

Ora aquí está um capítulo em que os nossos governantes podem fazer um "brilharete". Numa Comunidade de Estados de Língua Portuguesa (CPLP) e numa Cimeira sob o mote "Língua Portuguesa: Um Património Comum, Um Futuro Global", «roubar» à influência da França logo dois países promissores em riquezas naturais como a pesca, fosfato de cálcio, gás natural e petróleo, muito petróleo é obra!

Também não será nada de novo para os portugueses, já que nos tempos idos das caravelas, os nossos navegadores, os ingleses, e os holandeses por aí já se terão andado a roubar mùtuamente. E com a experiência destes trinta e quatro anos de governos piratas, vai ser canja...

O que é que interessa se o regime da Guiné Equatorial é ditatorial e não são observados os direitos humanos ? O Sr. Pinto de Sousa, que já provou ter dotes para contornar esses pequenos e insignificantes problemas a nível caseiro, logo arranjará a retórica necessária para nos impingir montes de razões para desvalorizar essas banalidades. E Cavaco Silva, em tabu semi silencioso, dirá Amém !
Notas
Bitacaia - tipo de carraça africana prevalecente nas zonas de gado e aves e que se pode alojar por baixo das unhas dos pés, aí procriando e dando origem a infecções graves. Trata-se por extracção cuidadosa com alfinete ou estilete desinfectado e tendo o cuidado de não rebentar de modo a não espalhar o seu conteúdo. Também se pode tratar em Moscovo, de preferência em alturas do ano em que se espere a presença do doente em Portugal.

Veja também o artigo: Os políticos que temos...

O Estado da vergonha que não honra os seus combatentes

A batalha de Guidage, norte da Guiné-Bissau, representou um dos momentos mais críticos das campanhas militares mantidas pelo Estado Novo nas frentes do antigo Ultramar (Angola, Moçambique e Guiné) entre 1961 e 1974.
A emboscada protagonizada pela então guerrilha do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vitimou os três soldados pára-quedistas que, segundo a agência noticiosa Lusa, serão no próximo sábado alvo de uma última homenagem e sepultados nas suas localidades de origem, 35 anos após os acontecimentos que deram origem à sua morte.
Dada a situação militar extremamente crítica vivida no território, a evacuação dos restos mortais dos militares tornou-se impossível e o lema "ninguém fica para trás" não se cumpriu .
Os restos dos três soldados foram inumados num pequeno cemitério de campanha estabelecido entre as duas redes de arame farpado do aquartelamento.
A transladação para Portugal dos restos dos três soldados vem culminar um esforço iniciado há dois anos por familiares de uma das vítimas e pela Liga dos Combatentes, em que se conjugaram o empenho da União de Pára-quedistas Portugueses e o desejo das famílias .
Trata-se dos três primeiros militares mortos em combate cujos restos mortais são resgatados no âmbito do programa "Conservação das Memórias", lançado há dois anos pela Liga dos Combatentes.
O projecto visa exumar e concentrar em alguns cemitérios (em princípio em África) os restos mortais de todos os militares ali falecidos no decorrer da guerra colonial e que estão dispersos por centenas de locais.
Um País que não honra os seus mortos e deficientes em combate ao serviço da Pátria e em que este tipo de iniciativa tem de partir dos próprios familiares e de uma Associação, não pode ser considerado um Estado de Direito. É uma vergonha nacional governada ao longo destas últimas décadas por um bando de impunes oportunistas !
E, se não os honrou, muito menos honrou os cerca de 500.000 portugueses que, em vez de emigrarem para França ou Brasil, resolveram emigrar para os territórios então portugueses em África, abandonando-os à sua triste sorte no território continental sem nenhum dos seus haveres e quaisquer meios de subsistência.
Permitiu que oportunistas sem escrúpulos enriquecessem à custa de um organismo criado para os apoiar, o IARN (Instituto de Apoio aos Retornados Nacionais), alojando famílias inteiras em exíguos quartos e cobrando ao Estado a que isto tudo chegou preços de quartos individuais.
Por mim, quer-me parecer que muitos dos nossos políticos aínda serão filhos dos tais oportunistas, tais as similitudes de comportamento !

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os "potenciais infractores"

Vou já enviar um e-mail para a Comissão de Direitos e Liberdades da Assembleia da República confrontando-os com a notícia dos "potenciais infractores" e pedindo explicações sobre esta aberração !

CONVIDO TODOS OS LEITORES DE «O Voo do Falcão» A FAZEREM O MESMO...

Minority Report à la portuguesa com produção de ´Pinóquio de Sousa (PS) e Teixeira dos Cantos´...

Há alguém neste (des)governo que tenha lido a Constituição ?

Como nem sequer deve haver alguém com cultura de qualquer espécie, a começar pelo Sr. José Sócrates Pinto de Sousa, devem ter alugado o "Minority Report" com o Tom Cruise e adaptaram o enredo à portuguesa, considerando desde logo "criminosos" os contribuintes mesmo antes de terem cometido qualquer crime.
A ideia é tão absurda como ilegal e anti-constitucional.
Mas os maus eram o Salazar e a Pide não eram ? Pensem bem nesta ideia peregrina e digam-me lá, como o Scolari, os maus eram o Salazar e a Pide, não eram ?
Se a estupidez fosse música, estes «realizadores» eram autênticos trombones. E, se por acaso pagasse imposto, bastavam estes dois para suportar os 60% do PIB que este "Estado a que isto chegou" nos custa anualmente. Ora se voltassem mas é das férias que já começaram apressadamente e fossem todos para a p...que...os...?
Ora vejam lá a notícia,
"O Fisco vai criar até ao final do ano perfis de diferentes contribuintes que representam um risco de fraude fiscal e cujo crime ainda não foi detectado, adiantou fonte do Ministério das Finanças.
A notícia foi hoje avançada pelo "Correio da Manhã" e confirmada pelas Finanças.
A intenção não é sinalizar contribuintes que já foram apanhados a cometer infracções; é antes identificar potenciais infractores, tentando agir preventivamente. O sistema de controlo "tenderá a aplicar-se mais a pessoas colectivas", admitiu a mesma fonte, mas os contribuintes individuais não serão excluídos."

Veja o artigo original: Fisco cria perfis de contribuintes em risco de não pagar impostos

domingo, 20 de julho de 2008

Os políticos que temos ! E não será possível exterminá-los ???


O Bokassa, pelo menos foi coerente ! Foi um cruel e criminoso ditador até ao fim...

Tal como Jaime Gama, tivemos hoje o nosso «menino de ouro» em Luanda a lamber as botas do chefe da autocracia angolana, a que chamam democracia, José Eduardo do Santos. Para que este se digne vir a Lisboa no âmbito da próxima reunião da CPLP, em vez de ir a Moscovo arranjar as unhas dos pés, como aconteceu na inauguração da EXPO 98, o Zé Pagante Português irá entrar com mais 1.100 milhões de euros que a CGD usará para apoiar os nossos belíssimos empresários.

Ora, pela consulta da lista dos "mais ricos de Angola", que publiquei há dias, se pode ver que a competição com os familiares de José Eduardo dos Santos e com os ex-ministros e ex-generais dos três movimentos de libertação (?) MPLA, UNITA e FNLA, agora todos a comer à mesa do orçamento angolano, vai ser feroz !

Há uma semana perdoámos uma dívida de 22 milhões de euros a São Tomé e Príncipe !

Como parece que afinal somos um País de sucesso e cheio de «carcanhol», venho daqui solicitar desde já ao Sr. Ministro das Finanças que me perdoe aquilo que me querem "roubar" este ano em IRS pelo facto de a Caixa Geral de Aposentações ter levado quase um ano a deferir a aposentação da minha mulher e ter resolvido pagar tudo em 2007, o que nos tornou em bilionários à portuguesa...

sábado, 19 de julho de 2008

"Luis Filipe às Vezes"


'Não vou falar do PSD.
Só falarei quando entender ser oportuno e nunca antes de Outubro de 2009'
Luís Filipe Menezes Ex-líder do PSD, a 23 de Junho de 2008
--- / ---
«Nem quero imaginar o que se escreveria sobre o anterior líder se ele,
em escassas seis semanas, não tivesse divulgado uma proposta,
estivesse em hibernação enquanto os camiões bloqueavam o país»
«éramos mais representativos, mais sólidos, culturalmente mais bem preparados,
politicamente mais experientes, ideologicamente mais esclarecidos,
mais carismáticos e melhores comunicadores»
«nestes 45 dias ninguém criticou as omissões, os silêncios, o discurso generalista,
ou o conservadorismo radical da actual direcção do partido.
Ainda bem, todos merecem o seu estado de graça e isto de ser líder tem que se lhe diga»
«é óbvio que a substituição de Santana Lopes por Paulo Rangel diminuiu substancialmente a capacidade de afirmação parlamentar»
«Saímos porque quisemos, quando quisemos»
voltar aos «tempos altos da militância» e chegar ao poder,
«só será possível se o caminho que a minha direcção estava
a trilhar possa ser retomado
».

Luís Filipe Menezes Ex-líder do PSD, a 18 de Junho de 2008 - Diário de Notícias

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Victor Constâncio e o FMI passaram-se ! Como é que os portugueses em geral podem poupar seja lá o que fôr ?


Pela fotografia se pode ver que Victor Constâncio, o FMI e o nosso amado Presidente da República se «passaram» completamente...
Talvez por isso e pelo facto de o seu magro ordenado lhe permitir ultrapassar a presente crise sem qualquer restrição relevante, Constâncio tenha levado a mão à cabeça e não sabemos se se estará a rir de nós, do Presidente da República ou do FMI.
O nosso bem amado Presidente Cavaco Silva, agora com todas as reformas a que tem direito e mais algumas que o "grande centrão" lhe há-de arranjar, numa daquelas tiradas profundas que o caracteriza quando quebra o «tabu» do silêncio pomposo, aconselhou os portugueses a não baixar os braços !
Ora, bem sabe ele que tomar PROZAC e levantar os braços em sinal de grande alegria só significa IDIOTIA. Levantar de braços sem alegria e como protesto irá ele ver e ouvir cada vez mais.
Quanto ao FMI, receita sempre o mesmo antibiótico pois aínda não descobriu que os antibióticos de largo espectro que foram moda aumentaram a resistência das bactérias, tornando-as multiresistentes.
E os dados e informações do Banco de Portugal que tanto fazem sorrir esta malta são os seguintes:
O défice externo português registou uma média diária de 43 milhões, ao atingir os 5,3 mil milhões de euros nos primeiros quatro meses deste ano.
De acordo com dados do Banco de Portugal, o défice externo aumentou 35 por cento nos primeiros quatro meses do ano, com os portugueses cada vez mais endividados junto do exterior.
A justificar esta subida está o aumento do défice da balança corrente (com uma deterioração do défice da balança de mercadorias e de rendimentos), já que o excedente da balança de capital cresceu, segundo a instituição liderada por Vítor Constâncio.
Recorde-se que na quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para a necessidade de os portugueses aumentarem a poupança para limitar o défice externo, sendo que todos os sectores se devem ajustar e poupar mais.
Quanto ao "pinóquio de ouro do PS", esse deve andar a correr em cuecas pelas docas, com o braços levantados e a dizer contìnuamente: já não fumo um cigarro há 43 dias...

O rato pariu um apito, ou o apito pariu um rato ?



Valentim Loureiro, pioneiro das «biografias» tipo "menino de ouro...", olha para a sua embevecido

Processo "Apito Dourado"

PENAS SUSPENSAS PARA TODOS OS CONDENADOS

A integração social dos arguidos, o facto de não terem cadastro e também porque a simples censura dos factos e a ameaça da prisão cumprem as finalidades inerentes à punição foram os motivos invocados pelo juiz para suspender todas as penas ou então, nos casos em que as sanções eram inferiores a um ano de cadeia, substituí-las por multas pecuniárias à razão dos rendimentos. A decisão do colectivo de juízes não surpreendeu, mas os arguidos, acusados no âmbito de outros processos conexos que já estão para julgamento, poderão não vir a beneficiar de igual benevolência em sanções futuras.
Mesmo assim, todos deverão recorrer o que fará com que as penas não sejam já aplicadas, podendo vir a ser transformadas em novos cúmulos jurídicos.
José Luís Oliveira - Autarca de Gondomar. Abuso de poder (25 crimes), corrupção desportiva (10) > Condenado - Três anos
Valentim Loureiro - Edil.
Abuso de poder como cúmplice (25 crimes), prevaricação (1) > Condenado - Três anos e dois meses
Pinto De Sousa - Dirigente de arbitragem.
Abuso de poder (25 crimes) > Condenado - Dois anos e três meses
Castro Neves - Dirigente do Gondomar.
Corrupção desportiva activa (19) > Absolvido
Francisco Costa
- Dirigente de arbitragem.
Abuso de poder (25 crimes) > Condenado - Um ano e três meses
Luís Nunes - Dirigente de arbitragem.
Corrupção activa (2) , abuso de poder (1) > Condenado - 270 dias de multa
Carlos Carvalho - Dirigente de arbitragem.
Corrupção desportiva activa (2) > Absolvido
Licínio Santos
- Árbitro.
Corrupção desportiva passiva > Condenado - 150 dias de multa
Pedro Sanhudo - Árbitro.
Corrupção desportiva activa (1) e passiva (3) > Condenado - 270 dias de multa
Hugo Silva - Árbitro.
Corrupção desportiva > Absolvido
João Pedro Macedo - Árbitro.
Corrupção desportiva passiva (3) > Condenado - 210 dias de multa
Ricardo Pinto - Árbitro.
Corrupção desportiva passiva (3) > Absolvido
Manuel Valente Mendes - Árbitro.
Corrupção desportiva passiva (3) > Absolvido
António Eustáquio - Árbitro.
Corrupção desportiva passiva (2) > Condenado - 150 dias de multa
Jorge Saramago - Árbitro.
Corrupção desportiva passiva (1) > Condenado - 90 dias de multa
José Manuel Rodrigues - Árbitro.
Corrupção desportiva passiva (2) > Absolvido
Sérgio Sedas - Árbitro. Corrupção desportiva passiva (1). Absolvido
Barbosa Da Cunha - Observador. Corrupção passiva para acto ilícito (1). Absolvido
João Soares Mesquita - Observador. Corrupção activa por cumplicidade (1). Absolvido
Américo Neves - Dirigente do Sousense. Corrupção desportiva activa em co-autoria (1). Condenado - 90 dias de multa
Agostinho Silva - Dirigente do Sousense. Corrupção desportiva activa em co-autoria (1). A
bsolvido
Leonel Viana
- Vereador de Gondomar. Prevaricação sob a forma de co-autoria (1).
Absolvido
António Ferreira
- Coronel do Exército. Prevaricação sob a forma de instigação (1). Condenado - Dois anos e três meses
José Ferreira - Prevaricação sob a forma deinstigação (1). Condenado - Um ano e dois meses
CONFIANÇA DO POVO
Para fundamentar a perda de mandato de Valentim, o juiz disse ter havido 'quebra do voto de confiança' aos eleitores.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Standup Comedy à Madeirense


João Jardim diz ser "a verdadeira oposição" ao Governo


O presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, garante que é ele a “verdadeira oposição" ao executivo de José Sócrates, numa crítica à nova liderança do PSD, a quem acusa de partilhar a "escola orçamentista" do executivo socialista.

Recordando Bob Geldof, os meninos da rua, a miséria escondida e os mais ricos de Angola

Recordando Bob Geldof

Em complemento ao artigo anterior sobre as eleições legislativas previstas para Angola, após 16 anos de Governo Presidencialista de José Eduardo dos Santos em regime de alegada democracia, em que os antigos movimentos de libertação dividiram entre si o «bolo» do poder e o usaram em proveito próprio, talvez seja interessante relembrar que o "colonialismo" e o "racismo" têm muitas faces, muitas caras, muitas raças e muitas das vezes a mesma raça.

Angola foi vítima de muitos "...ismos". Não tivesse ela a riqueza que tem e certamente nenhum destes novos "colonialismos" como o cubano, o americano, o russo, o brasileiro e agora o chinês teriam dado um «tusto» por entrar na engrenagem do poder/petrodólares/diamantes.

E, no que se refere a racismo, posso afirmar que nunca tinha assistido a situações tão aviltantes de "racismo xenófobo pedante" por parte de luandenses africanos para com simples empregados, também eles africanos, como as que infelizmente tive de testemunhar no restaurante do Hotel Meridien em Luanda, em muitas das vezes que aí fui obrigado a alojar-me por motivos profissionais.

Para quem, como eu, teve aí a sua infância e considerou sempre o velho Filipe Cassoneca como um amigo, aquele pelo qual tive a honra de ser criado em conjunto com os meus Pais, aquele que me dava banho aos três anos, que me dava todas as respostas persistentes que uma criança dessa idade coloca a um adulto, que me gozava quando pronunciava mal as palavras que me ensinava em Kimbundo, atrás do qual eu andava sempre, que me ensinou a fazer armadilhas para os pássaros, etc., torna-se "i n s u p o r t á v e l" assistir ao aparecimento de uma pseudo-elite sem escrúpulos que ao longo de todos estes anos acabou por colonizar os seus próprios irmãos em proveito próprio e alheando-se completamente do destino daqueles a quem tudo falta, desde a saúde, subsistência e até a dignidade de um ser humano.

E, para que saibam um pouco mais sobre os nomes daqueles que, à custa do seu povo, dominam hoje o panorama económico de Angola, para além do seu próprio Presidente José Eduardo dos Santos, conto com a autorização expressa e prestimosa de transcrição do seguinte artigo do Blog UNIVERSAL - http://patriciaguinevere.blogspot.com/

"Este trabalho não está actualizado, mas vale a pena rever.

Essa quizombada de defender o povo angolano, esses negros idiotas, era uma mera questão de ganharmos tempo, até atingirmos o cume das nossas transferências bancárias. Para isso, bancos não nos faltam, não nos faltarão. Podemos chamar a esta cidade, além de cidade do pó, cidade dos bancos das injustiças luandenses.

É fácil enriquecer. Basta deixar os trabalhadores três a seis meses – e até alguns anos – sem vencimentos, e investir esse dinheiro. Também com tanta promiscuidade, e com tantos engenheiros- financeiros doutorados, mais que as esquinas, não constitui nenhuma sabedoria, nem trabalho, tanto enriquecimento fácil. Afinal, do petróleo e diamantes, os dividendos distribuem-se única e exclusivamente a meia dúzia de castelãos. Pensa, quem com as mãos e os pés se recompensa. Uma banalidade: meia dúzia de ricos… porque existem milhões a morrerem de fome.

Gil Gonçalves

Lista dos homens mais ricos da «nomenklatura» angolana...Escrito pelo Nicola Guardiola, com o título Os «novos-ricos Angolanos» apostam nos negócios.

«INVESTIR em Angola é agora a divisa dos nossos ricos» diz o «Semanário Angolense». O jornal, que causou escândalo em 2004 com a publicação da lista dos homens mais ricos da «nomenklatura» angolana, voltou à carga há duas semanas com um «retrato» dos grupos privados que proliferam em Angola, à boleia do «boom» económico e da intenção confessa do Governo de favorecer a criação de grupos privados nacionais e a sua entrada em sectores estratégicos como a banca, o petróleo ou os diamantes.

O director do «Semanário Angolense», Graça Campos, admite que a lista não é exaustiva e não se apoia numa aturada investigação. São os «negócios» que dão que falar e que ilustram a importância do lóbi político e a «apetência» dos investidores estrangeiros para formarem sociedades com figuras políticas do regime ou seus familiares. Com a devida vénia ao «Semanário Angolense», eis, em resumo e de A a Z, o retrato dos grupos privados mais «badalados» da actualidade em Luanda.·

ARMINDO CÉSAR & FILHOS·
No começo esteve a Maboque, empresa especializada em restauração, hotelaria e «catering». Diz-se que conta entre os seus accionistas com membros da família do Presidente Eduardo dos Santos e uma plêiade de generais. Mas nos últimos cinco anos o grupo cresceu e multiplicou-se.Actividade: as anteriores, mais pescas (captura e comercialização), hotelaria e turismo, imobiliário, comércio (hipermercado Interpark), formação profissional e serviços.

BANCO INTERNACIONAL DE CRÉDITO (BIC)
Isabel dos Santos, primogénita do Presidente Eduardo dos Santos, e o empresário português Américo Amorim (25%) são os principais accionistas. Criado em Junho, já abriu 13 balcões (8 em Luanda) e arrecadou mais de 165 milhões de dólares em depósitos.

BANCO COMERCIAL DE ANGOLA (BCA)
Inclui entre os seus accionistas três ex-primeiros-ministros: Lopo do Nascimento, França Van-Dúnem e Marcolino Moco. Salomão Xirimbimbi (ministro das Pescas), Augusto Tomás (ex-governador de Benguela, ex-ministro das Finanças) e o empresário Jaime Freitas (COSAL, Interauto, Tecnomat) são os outros sócios. Em 2005 vendeu 50% das acções ao Absa Bank, da África do Sul, que por sua vez foi comprado pelo Barclays Bank, do Reino Unido.

CABUTA ORGANIZAÇÕES
«Holding» criada pelo general Higino Carneiro, ministro das Obras Públicas e governador do Kwanza Sul, e família. Actividade: agricultura, agro-indústria, hotelaria, turismo, banca, seguros.

FINANGEST
Entre os accionistas figuram José Pedro de Morais, ministro das Finanças, general Pedro Neto, chefe do Estado-Maior da Força Aérea, e Kundi Paihama, ministro da Defesa. Actividade: jogos e lotarias, edição discográfica, transportes, serviços, construção, «import-export», seguros, segurança.

GEMA
Criada por Simão Júnior, o seu actual presidente é José Leitão, ex-chefe da Casa Civil da Presidência. Conta entre os seus accionistas com o jurista Carlos Feijó e António Pitra Neto, Vice-Presidente do MPLA e ministro do Emprego e Segurança Social. Actividade: supermercados, salas de cinema, clínica privada, accionista da Coca-Cola Angola, parcerias com empresas sul-africanas e chinesas.

GENI
Empresas dos sectores da banca, petróleo, diamantes e construção florescem como «boom» angolano. O FMI projecta um crescimento económico de 15% em 2005. O ponto de partida foi a criação da UNITEL (telefonia móvel) em parceria com a Portugal Telecom. Fundadores: Isabel dos Santos, brigadeiro Leopoldino Fragoso do Nascimento (chefe das Comunicações da Presidência), António Van-Dúnem (ex-secretário do Conselho de Ministros) e Manuel Augusto da Fonseca, do gabinete jurídico da Sonangol. Juntou-se-lhes o empresário franco-brasileiro Pierre Falcone. Actividade: telecomunicações, serviços.

GENIUS
Criada pelo general João de Matos (ex-chefe de Estado-Maior-General das FAA) e Mário Pizarro (ex-governador do BNA). A jóia da coroa do grupo é a GEVAL-AngolaJoint-Venture com a brasileira Vale do Rio Doce, n.º1 mundial de mineração.Actividade: minas (diamantes, manganésio, outros). Projectos: electricidade, telecomunicações. Participações: Torres do Carmo (Luanda), Belas Shopping Center

IMPORÁFRICA-IMPORCAR
Faustino Muteka ex-ministro da Administração do Território e actual secretário do MPLA para a mobilização é a figura-de-proa do grupo, a que estão associados capitais de Portugal à Índia. Actividade: construção civil, agricultura, comércio, venda de automóveis, imobiliário.

MACON
Revolucionou o transporte público em Luanda (autocarros e táxis). Hélder Vieira Dias, chefe da Casa Militar da Presidência e director do Gabinete de Reconstrução Nacional, brigadeiro Leopoldino Fragoso e Júlio Bessa, ex-ministro das Finanças, em parceria com o brasileiro Minoru Dondo são os sócios-fundadores. Actividade: transportes, comércio (o Shopping Center Kinaxixi está «encalhado» há dois anos).

MELLO XAVIER
Há muito que Jorge Mello Xavier deputado pelo MPLA em 1992 deixou de ser «o empresário do regime» mas continua activo, influente e irreverente. Actividade: construção civil, turismo, hotelaria, bebida, agro-indústria,

PECUS
Criada pelo grupo português Tecnocarro, de José Récio, foi vendida aos irmãos António e Luís Faceira. Actividade: produção e comercialização de carne, sector que lidera.

PRODOIL
Exploração e Produção de Hidrocarbonetos Associou-se à Amec Paragon (Houston, EUA). Entre os sócios angolanos citamos Marta dos Santos, irmã mais velha do Presidente da República. Actividade: petróleo, gás natural, serviços, hotelaria.

SAGRIPEK
Capital repartido entre um grupo de sócios angolanos (BAI, BPC, Banco Keve, Higino Carneiro, Mello Xavier, irmãos Faceira, Isabel dos Santos) que detém 51% e um consórcio brasileiro. Actividade: agricultura; pecuária, produção agro-industrial.

SOMOIL
Primeira empresa privada angolana a entrar na exploração de petróleo. Criada por Desidério Costa, ministro dos Petróleos, e Alberto de Sousa. Actividade: petróleo e derivados (lubrificantes) S

SUNINVEST
Dirigida por Ismael Diogo, cônsul de Angola no Rio de Janeiro e presidente da FESA (Fundação Eduardo dos Santos). Actividade: indústria farmacêutica (parceria com o Laboratório Teuto do Brasil), transportes urbanos, recolha de lixo (Luanda), comércio.

VALENTIM AMÕES
Veio para Luanda vindo do Planalto Central, onde possui um grande património imobiliário e controla boa parte do comércio. Entrou para o Comité Central do MPLA em 2004 e entre os seus sócios figura o general Fernando Miala, dos serviços de informação externos da Presidência. Actividade: transportes rodoviários e aéreos, hotelaria e turismo, «rent-a-car», comércio.

SEGURANÇA
As empresas de segurança merecem ser tratadas separadamente, pois foi por esta via que muitos generais se estrearam nos negócios e adquiriram o capital que lhes permitiu mais altos voos. São agora às centenas, mais ou menos sofisticadas, e fornecem todo o tipo de serviços, desde a segurança de instalações a escoltas pessoais, transportes de fundos e instalação de sistemas de vigilância. O «Semanário Angolense» destacou as seguintes:

ANGO SEGU
Empresa pioneira na segurança industrial. Tem como fundadores os generais Fernando Miala e José Maria e Santana André Pitra (Petroff) ex-ministro do Interior e comandante-geral da Polícia. ALFA 5 Criada pelo general João de Matos e outros oficiais generais. Controla 50% da segurança das grandes áreas de exploração de diamantes.

TELESERVICE
Monopólio da segurança dos campos petrolíferos. Os seus fundadores foram os generais João de Matos, França Ndalu, Armando da Cruz Neto, Luís e António Faceira e Hendrick. Participações na Air Gemini, Companhia do Lumanhe (diamantes) com a Escom, ligada ao Grupo Espírito Santo.

COPEBE Criada por Pedro Hendrick Vaal Neto (ex-ministro da comunicação social), Roberto Leal Monteiro «Ngongo» e Nelson Cosme, embaixador de Angola na Organização dos Estados da África Central."

Gil Gonçalves

sábado, 12 de julho de 2008

Os angolanos vão ser «autorizados» a votar pela 2ª vez em 33 anos


Angola: 25 partidos entregaram processo de candidatura às legislativas de Setembro

Segundo o Jornal online Africanidade, vinte cinco partidos políticos e coligações angolanas entregaram no passado dia 8 no Tribunal Constitucional(TC) de Angola, no último dia do prazo legal, os processos de candidatura para as eleições legislativas de 05 de Setembro.
O TC, apesar de ter declarado as 18:00 como limite para a entrega dos processos, permitiu que este prazo se prolongasse para lá das 20:00, aceitando as candidaturas dos mais atrasados.

No entanto, os juízes-conselheiros, reunidos numa das salas do edifício onde funciona o TC, na Cidade Alta, não tinham, às 20:00 ainda definido o limite do tempo extra permitido aos partidos políticos e coligações para entregarem os seus processos.

Durante as últimas horas, cada um dos vários partidos candidatos procederam à entrega das 14 mil assinaturas (número mínimo), correspondendo a cinco mil pelo círculo nacional e 500 por cada uma das 18 províncias angolanas, em pesadas pastas contendo as assinaturas e fotocópias dos cartões de eleitor dos seus apoiantes.
A decisão do Tribunal Constitucional sobre a aceitação das candidaturas só será conhecida no próximo dia 18, tendo os juízes pela frente a análise aos processos com enfoque, como explicou a juíza-conselheira Luzia Sebastião, na detecção de eventuais assinaturas duplicadas por mais do que uma candidatura.

Enquanto elementos de algumas das formações políticas de menor expressão, tais como David Mendes do PAJOCA e Filomeno Vieira Lopes da Frente Para a Democracia (FpD), lembram que os seus partidos foram alvo de "intimidações e detenções de elementos" bem como de "apreensão de assinaturas" pela policia, os maiores partidos da política angola, MPLA e UNITA, foram dos primeiros a entregar os seus processos no TC.

Curiosamente, no MPLA cabe quase toda a família do Presidente José Eduardo dos Santos e de tudo o que é considerado "figura pública" em Angola, como se pode ver a seguir


Veja o artigo original: Eleições Legislativas em Angola

Situação das empresas petrolíferas na Nigéria


Operação das Companhias Estrangeiras de Petróleo na Nigéria e instabilidade no Delta do Niger


Segundo um artigo da revista The Economist de 12 de Julho,


"As companhias internacionais de petróleo nunca consideraram a Nigéria como um local muito hospitaleiro para a sua actividade. A corrupção e instabilidade política, bem como dois anos e tal de violentos ataques por parte de milicias locais a pedirem uma maior comparticipação dos lucros do petróleo do país, fizeram com que os trabalhadores da indústria petrolífera pensassem que a sua situação nunca poderia piorar mais do que já estava.
Mas, a realidade é que piorou. Apesar dos sucessivos recordes no preço do petróleo, algumas companhias estão a concluir que talvez tenham de abandonar a sua actividade onshore à medida que se debatem com o aumento de ataques por parte das milicias e um governo sedento de conservar para sí uma cada vez maior parte dos lucros do petróleo.
Na última semana, milícias em botes rápidos levaram a cabo o seu primeiro ataque de monta a uma instalação petrolífera em mar alto e águas profundas ao largo da costa nigeriana, anteriormente considerada fora do seu alcance. O ataque a uma plataforma gigante flutuante, com capacidade de armazenamento e abastecimento de navios ao largo, conhecida por FPSO, a cerca de 120km (75 milhas) da costa em pleno mar alto, forçou os operadores, Royal Dutch Shell, a suspender a sua produção do campo petrolífero de Bonga, bloqueando o fornecimento de cerca de 220,000 barris diários de petróleo, ou seja, cerca de 10% de toda a produção Nigeriana de crude.
Os problemas de falta de segurança já haviam sido considerados como a principal razão para uma rápida baixa no interesse em manter a operação petrolífera em terra: Christophe de Margerie, chefe da Total SA, diz que a sua Companhia está a pensar duas vezes sobre a sua operação na Nigéria devido aos problemas associados à violência. Precisamente sobre este assunto e quase como que a justificar as suas palavras, horas depois do ataque de Bonga, um grupo de jovens não identificados perfuraram o pipeline da Chevron em terra, cortando a produção em mais 120,000 barris diários. Estes dois ataques fizeram com que o preço do crude se mantivesse em níveis elevados à volta dos 140 dólares por barril durante a presente semana, anulando a esperança surgida na última reunião na Arábia Saudita de que um aumento da produção Saudita pudesse provocar uma descida dos preços."
O resto do artigo
, que pode ler em «economist.com», pode resumir-se numa guerra latente entre as diversas Companhias Petrolíferas, que obtêm lucros fabulosos alegadamente devidos a acordos com os sucessivos regimes militares que governaram a Nigéria e a actuação unilateral dos actuais dirigentes, nomeadamente do actual presidente Umaru Yar´Aduae do seu Governo, os quais tentam impôr alterações profundas nas percentagens actuais, de modo a obterem mais lucros para o país.

Resta saber se para o país ou para sí próprios, o que vem sendo hábito na maior parte dos regimes africanos !
A verdade é que vários governos por todo o mundo têm vindo a mudar as regras sob as quais deverão operar as Companhias Petrolíferas, de modo a diminuir-lhes a sua margem de lucro.
Contudo, a «questionável reinterpretação» do governo Nigeriano é considerada como bastante problemática pelos analistas em Lagos.


Isto porque a produção offshore, especialmente em águas profundas do Golfo da Guiné, é altamente lucrativa para as companhias petrolíferas tais como a Shell e a Exxon, já que os contratos que possuem lhes garantem cerca de 20% de lucro em cada barril de crude, comparados com os cerca de 3 dólares de cada barril em instalações terrestres devido à utilização neste caso de uma fórmula de cálculo que é menos sensível aos altos picos de valores actuais.

Claro que, apesar destas alegadas quezílias, não é expectável que as Companhias Petrolíferas deixem de operar nestes países, uma vez que estão a obter lucros fabulosos apesar de terem de "largar" alguns benefícios em favor dos seus governos, aos quais também interessa que a extracção não cesse pois o negócio é de interesse mútuo. Não é portanto de estranhar que as Companhias Petrolíferas tenham acordado em «emprestar» ao governo Nigeriano 3.5 biliões de dólares, que este promete investir nas infraestruturas petrolíferas.
Por outro lado, a situação na Nigéria, após pouco mais de um ano de mandato do actual Presidente, parece estar longe de estabilizar, já que as mais importantes facções militarizadas que anseiam pelo poder recusaram já a proposta de paz apresentada pelo actual Presidente Yar’Adua’s para o Delta do Niger.
Como consequência, mais de 1/4 da produção nigeriana diária de 2,5 milhões de barris diários é mantida fora do mercado pela violência existente e sucessivos boicotes.
A quota de produção da Nigéria está fixada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 2,1 milhões de barris por dia e é ultrapassada em condições normais para os 2,5 milhões referidos.
A capacidade de produção petrolífera da Nigéria estima-se em 3,2 milhões de barris por dia, mas a violência no Delta do Níger, onde os trabalhadores do sector petrolífero e outras pessoas são raptadas e as plataformas petrolíferas atacadas por militantes, reduziu fortemente a capacidade que ronda actualmente dois milhões de barris por dia.
Fica a dúvida sobre quem subsidia as milícias armadas, tendo por finalidade a manutenção de um valor altamente inflaccionado do crude !

sexta-feira, 11 de julho de 2008

"Debate Sobre o Estado da Nação", em cena no anfiteatro da Assembleia da República

A Lei n.º 67-A/2007 de 31 de Dezembro - Orçamento do Estado para 2008, alterou através do seu Artº 53º a taxa de IVA sobre alguns tipos de espectáculos que até aí eram sujeitos à taxa de 12%, passando-a para 21% e agora para os 20%.
Assim, o referido Artº 53º procedeu à alteração da Lista I anexa ao Código do IVA, no seguinte sentido:
As verbas ..., 2.13,... da lista I anexa ao Código do IVA, aprovado pelo Decreto - Lei n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro, passam a ter a seguinte redacção:
...
2.1.3 — Espectáculos, provas e manifestações desportivas,prática de actividades físicas e desportivas e outros divertimentos públicos.
Exceptuam -se:
a) Os espectáculos de carácter pornográfico ou obsceno, como tal considerados na legislação sobre a matéria;
b) ..................
Ao retirar a característica de "outros divertimentos públicos" ao espectáculo permanente que caracteriza as reuniões plenárias da Assembleia da República e ao reclassificá-lo como "espectáculo de carácter obsceno", que também o é na maior parte do tempo, o Governo jogou uma cartada no sentido de passar a cobrar bilhetes taxados a 20% de IVA aos cidadãos anónimos para assistirem a este espectáculo permanentemente animado por actores medíocres que se fazem passar por representantes democráticos do País.
A constatação do carácter lúdico dos espectáculos referidos manifestou-se mais uma vez ontem quando foi levada à cena a peça "Debate Sobre o Estado da Nação".
Para o maior partido da «oposição», tratava-se essencialmente de apresentar um novo actor no papel de «cabo de forcados», prèviamente ensaiado pela presidente-sombra da sua «trouppe partidária», que anda mais ou menos desaparecida para convencer o pessoal que a capacidade e competência governativas se adquire nos bastidores e em estudado silencio e postura austera. Trata-se de um tipo de "truque" que o seu velho mentor já utilizou em tempos por várias vezes e ao qual apelidou de «tabu».
Para o actor principal do Governo, que esteve todo presente em silêncio e batendo palmas quando o «chefe» lhes dava a «deixa», o inimitável, o inigualável, o "Houdini português" José de Sousa, tratava-se de tirar uns coelhos da cartola e umas moedas das orelhas, pois que do nariz não se atrevia dado o permanente crescimento do mesmo durante o espectáculo.
Assim, foi com a maior desenvoltura e descaramento que retirou das mangas do casaco uns descontozitos nos passes dos estudantes (20 ME), uns pequenos aumentos nos prazos de isenção de IMI a quem possa usufruir dos mesmos (50 ME) e o alargamento da acção social escolar (30 ME).
Com toda a oposição em polvorosa, uns por terem sido apanhados desprevenidos e outros por saberem bem como se fazia o truque do prestidigitador e qual o seu objectivo, o "Houdini português" nem os deixou respirar!
Colocando uma mão em cada orelha, daí sairam, em passo de mágica perfeitamente estudado, umas miseráveis majorações ao valor dedutível em IRS para a dedução dos juros da compra de habitação (45 ME).
Estava na altura de tirar a cartola e colocá-la sobre a mesa à sua frente.
Toda a "Companhia de Teatro da Assembleia da República e respectivas trouppes" estava em suspenso da figura do "Houdini português".
O seu nariz atingia já os 45 cm de comprimento, pelo que tinha de se apressar com o seu «número».
Com a cartola assente à sua frente, introduziu as mãos no seu interior e, dizendo baixinho para sí mesmo - vamos lá a ver como vão reagir todos estes parvos e os que estão em casa, retirou de lá de dentro, com um só movimento gracioso de pinóquio, uma "taxa", a "taxa Robin dos Bosques Portugueses", por alguns também chamada "taxa Sheriff de Nottingham" (110 ME, segundo a GALP).
A Assembleia explodiu num autêntico «bruá»! Os rosas aplaudiam o número, os azuis aínda não tinham percebido bem um dos truques e mostravam um ar de espanto, os de pedra verde estavam como sempre - empedernidos, o chefe dos candidatos a «muleta» de um possível futuro governo minoritário dos rosas só dizia que assim não valia, que havia desonestidade nos números do prestidigitador e os alaranjados, em estreia de «cabo de forcados», só diziam monocordicamente "nós queremos saber o que vai custar cada investimento público já anunciado".
Não havia tempo a perder, pensou o "Houdini português". Voltando-se para aquele a quem um dia tinha tido a lata de dizer "O Sr. não tem curriculum...", mostrou um ar ofendido e disse "Este Governo é um Governo Honesto, Sr Deputado!".
De imediato, «rapou» de uns estudos de projectos de investimento público pedidos no tempo dos governos alaranjados e abanou-os em frente do seu novo «cabo de forcados», deixando-o mais ou menos em silêncio.
Tinha terminado a peça "Debate do Estado da Nação" e a assistência ululante dividia-se entre os aplausos, os apupos e os assobios. Lá em casa, durante o Telejornal, os Silvas, os Pereiras, os Manéis e as Marias há muito tinham baixado o som do novo plasma para poderem discutir a escolha do novo seleccionador nacional e acomodavam-se agora para ver a telenovela da TVI.
E José de Sousa, à medida que arrumava os papéis, ia pensando consigo - já que a maior parte das promessas que fiz só se vão reflectir lá para finais de 2009, até que não me vão ficar muito caras as novas eleições. Ora vamos lá a ver,
110 - (20 +50 +30 + 45) = 35 milhões de euros

Milagre, milagre, milagre...

Foram hoje publicados os resultados das avaliações do 9º ano. Mais um milagre se verificou no rectângulo pantanoso...
As negativas a Matemática DIMINUIRAM 30% em relação ao ano passado!!!

O acontecimento e as circunstâncias em que se têm verificados os últimos milagres em Portugal recordaram-me um e-mail de espantosa inspiração neo-realista, de autor anónimo mas digno de menção e que transcrevo seguidamente:


"Caros amigo(a)s

As coisas têm de mudar, dizem as novas correntes da Educação.

Aqui está um exemplo da NOVA ATITUDE que os professores têm de adoptar, a bem dos tempos modernos.

Está em baixo.

Avaliação de um exercício nos tempos que correm... (Orientado para professores que têm de mudar... e cumprir políticas da Srª Ministra... )

QUESTÃO PROPOSTA:

6 + 7 = ?

A . EXERCÍCIO FEITO PELO ALUNO:

6 + 7 = 18

B . ANÁLISE:

A grafia do número seis está absolutamente correcta;

O mesmo se pode concluir quanto ao número sete ;

O sinal operacional + indica-nos, correctamente, que se trata de uma adição;

Quanto ao resultado , verifica-se que o primeiro algarismo (1) está correctamente escrito - corresponde ao primeiro algarismo da soma pedida. O segundo algarismo pode muito bem ser entendido como um três escrito simetricamente - repare-se na simetria, considerando-se um eixo vertical ! Assim, o aluno enriqueceu o exercício recorrendo a outros conhecimentos... a sua intenção era, portanto, boa.

C . AVALIAÇÃO:

Do conjunto de considerações tecidas nesta análise, podemos concluir que:

A atitude do aluno foi positiva: ele tentou!

Os procedimentos estão correctamente encadeados : os elementos estão dispostos pela ordem precisa.

Nos conceitos, só se enganou (?) num dos seis elementos que formam o exercício, o que é perfeitamente negligenciável.

Na verdade, o aluno acrescentou uma mais-valia ao exercício ao trazer para a proposta de resolução outros conceitos estudados - as simetrias... - realçando as conexões matemáticas que sempre coexistem em qualquer exercício...

Em consequência, podemos atribuir-lhe um...

..."EXCELENTE"...

...e afirmar que o aluno...

..." PROGRIDE ADEQUADAMENTE "!!! "

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Dentes à la minute...pelo Dr., perdão, ET Sócrates

Mais de 5000 cheques-dentista foram entregues a grávidas e idosos em pouco mais de um mês de funcionamento deste projecto de saúde oral, a grande maioria a futuras mães, segundo dados oficiais fornecidos hoje à Lusa. Apenas cerca de dez por cento foram utilizados.
Os cheques-dentista foram criados pelo Governo como forma de colmatar a falta de oferta de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde.
De acordo com os números da Ordem dos Médicos Dentistas, de 27 de Maio a 7 de Julho foram emitidos mais de 4483 cheques-dentista destinados a grávidas e apenas cerca de 600 cheques para idosos.
Cada grávida seguida nos centros de saúde tem direito a três cheques-dentista, num valor máximo total de 120 euros, num programa que prevê abranger 65 mil grávidas.
Os idosos beneficiários do complemento solidário poderão usufruir de um máximo de dois cheques-dentista, num total anual de 80 euros.
No que se refere às grávidas, os 120 euros não devem chegar sequer para fazer uma destartarização e tratar uma cárie. Isto se a sua situação na gravidez o permitir.
No que se refere aos idosos, só deve dar para colar a dentadura postiça !
Assim, com grandes «parangonas» se serve o prato da demagogia àqueles de quem se espera o voto certo no Poder Instituido, como sempre.
Dois comentários a esta notícia insertos no Jornal Público ilustram bem o que está em causa:
10.07.2008 - 11h24 - António, Porto
Toda a gente sabe que as grávidas não podem ter tratamentos dentários que impliquem anestesia (uma simples cárie não pode ser tratada) e durante todo o periodo de amamentação. Isto quer dizer que é uma medida desadequada, ou então o que o governo pretende é "oferecer" consultas médicas de higiene oral, enfim ensinar as grávidas a lavar os dentes...
10.07.2008 - 11h07 - Daniela, Braga
É caso para dizer que o Governo dá nozes a quem não tem dentes...

Bombeiros privados à la Sócrates...

A decadência do ensino em Portugal

Ouvi ontem, num dos telejornais de uma qualquer estação televisiva dita generalista, o Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Prof. Nuno Crato, reafirmar aquilo que já outro dos seus membros havia dito quanto à espantosa «performance» que os nossos alunos do secundário conseguiram obter nos últimos exames de Português e de Matemática.

Quem tenha visto as reportagens televisivas realizadas à saída dos referidos exames e as reacções de "espanto" dos próprios alunos quanto à facilidade das provas não pode deixar de considerar uma autêntica fraude o que este Governo fez para obter estatísticas favoráveis.

Desde a DREN (Direcção Regional de Ensino do Norte) aconselhar a escolha dos professores que iriam corrigir as provas, dentre aqueles que se não afastassem da «média» escolhida, correndo com quaisquer outros independentemente da sua competência, até à Ministra da Educação vir à Televisão dizer que os níveis alcançados eram o resultado do grande esforço conjunto professores/alunos, valeu tudo !

Dos políticos espera-se tudo, mas desta vez não houve um pingo de vergonha na cara de quem esteve envolvido neste "logro nacional".

Logro que não serve os estudantes, porque não aprenderam o que deviam, não serve os Pais, porque os filhos irão tropeçar na falta de conhecimentos, mais cedo ou mais tarde, não serve o País porque se não está a investir verdadeiramente no único bem que pode provocar a «mudança» em Portugal - a Educação.

Só serve os interesses momentâneos da incompetência dos governantes e de todos os que, fingindo agora ser os cordeiros do regime, se comportaram exactamente do mesmo modo quando estiveram instalados no poleiro do poder!

O Prof. Nuno Crato teve a oportunidade de dar um exemplo de uma das perguntas de uma prova de Matemática, a qual é há muito realizada com máquina de calcular e que considerou «trivial»:


  • Calcule o valor de 100 ao quadrado

Tive a sorte de ter tido desde muito cedo bons professores, quer de Português, quer de Matemática, e garanto-lhes que até me sentiria "insultado" se me apresentassem esta pergunta no secundário.

Será justo, nesta altura, recordar com saudade os dois professores de Matemática já falecidos que me «moldaram» e ensinaram tudo o que sabiam, e que era muito, os Prof. Henrique Verol Marques e Nuno Crato, este último o Pai do actual Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática. Bem hajam, porque o saber não se compra, apreende-se e preenche o nosso ser.

Ouviram, Pinto de Sousa e outros que tais ?

E, em relação à avaliação de Português, não arranjo mais nem melhores palavras do que aquelas que Maria Filomena Mónica usou no seu artigo de dia 4 no Jornal Público com o título: Os testes de Português podiam ser substituídos por uns papeluchos como os do Totobola

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cavaco Silva passa de corta fitas a seleccionador nacional

Cavaco Silva, depois de três tabus durante uma década,
de umas aulas para não espalhar perdigotos nas câmaras de TV,
que obrigavam os tele-espectadores a desviarem-se com receio de serem atingidos
e de uma longa fase de três anos de corta fitas e silêncios doutorais,
deu esta semana um ar da sua graça.
Então não é que se atreveu a colar o seu discurso
ao da Presidente-sombra do PSD, MFL e começar uma campanha da tanga
naquilo que mais se fartou de fazer enquanto Primeiro Ministro - o betão ?
Para além disso, resolveu substituir o ex-seleccionador Scolari
junto dos atletas que irão aos Jogos Olímpicos e deverão estar todos
neste momento a ensaiarem a letra do hino nacional que,
como sempre nos é dado ver, quase nenhum dos atletas sabe.
O pinóquio é que deve ter ficado logo todo crispado e deve andar numa roda viva
para inventar ocorrências que ocupem o estúpido e parvo povo português até 2009.
Se as coisas se passarem como hoje na dita Assembleia da República,
amanhã é que as coisas vão ser giras na apelidada «Avaliação do Estado da Nação».
Com a casa vazia como de costume e uma estreia de um novo «chefe de forcados»,
nem valia a pena lá estarem.
A Nação está de rastos graças a vós, Excelências !

Tiros de canhão para matar pardais, deixando os abutres à solta...


Segundo o Jornal Público de hoje, o ministro da Economia convocou de urgência o presidente de ASAE para analisar as circunstâncias que levaram a Galp a manter o preço nas botijas de gás butano, mesmo depois da descida da taxa máxima do IVA.

Este pedido surge depois do deputado comunista Honório Novo ter denunciado, durante uma audição do ministro das Finanças no Parlamento, que a Galp não reflectiu a descida do IVA de 21 para 20 por cento no preço das botijas de gás doméstico, à venda num posto de abastecimento de Viseu.

“O ministro da Economia pediu explicações à Galp e convocou com carácter de urgência o presidente da ASAE no sentido de serem totalmente apuradas as circunstâncias que podem ter levado a Galp a facturar o mesmo preço por bilhas de gás butano, depois de o IVA ter baixado”, explicou uma fonte do ministério da Economia.

A mesma fonte adiantou que foi também pedido ao presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) a investigação do mercado de botijas de gás butano no sentido de “identificar as características que podem estar a afectar a concorrência nos mercados”.

Também o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou hoje que vão ser pedidas explicações à Galp Energia. O Governo deu orientações às entidades responsáveis pela fiscalização para “estarem atentas de modo a que a redução do IVA tenha repercussões efectivas nos preços”, explicou Teixeira dos Santos.

Uma das facturas da A.S. Galp de Viseu, apresentadas por Honório Novo, com data de 24 de Junho, refere um IVA de 21 por cento e um valor final de 20,25 euros, enquanto a outra, datada de 2 de Julho, já aponta um IVA de 20 por cento, mas o valor total continua a ser 20,25 euros.
Ficamos, portanto, todos a saber que pelo menos um estabelecimento de Viseu cometeu o gravíssimo crime de lesar a imagem do Governo pois permitiu que um português pagasse mais 17 cêntimos por uma simples garrafa de gás butano, o que não se faz a um cidadão deste País. Que a maior parte dos portugueses não tenha o direito a usufruir de gás canalizado aínda se aceita, que uma simples garrafa custe 20,25 ou 20,08 euros também, porque as GALP´s têm de sobreviver, não é ? Agora, que o armazenista de Viseu se queira abotoar com esse pé de meia de 17 cêntimos e tirar esse mérito ao Governo é que não !
Esse português acredita plenamente que este gravíssimo crime só foi cometido pela GALP, pois tem uma convicção inabalável em que todos os outros produtos de consumo que lhe esvaziam a carteira a meio do mês foram de imediato ajustados à enorme benesse que não se cansa de agradecer ao Sr. José Sócrates com a mão direita em riste e o dedo maior o mais esticado possível, já que os outros sofrem de enorme atrofia devido a uma tendinite de origem profissional e ficam bastante retraidos.
Aliás, nesse dia e desde que saiu de casa cedo em direcção ao trabalho, verificou que pagou menos 1% em tudo aquilo que comprou e que, como é evidente, eram artigos de luxo, tais como pastas de dentes, papel higiénico, escovas de dentes para a mulher e para a filha, uma caixa de preservativos com sabor a groselha para o que der e vier, sabonetes e gel de banho para a sogra incontinente e até líquido de limpeza para lentes de contacto do filho zarolho, que ao fim de 8 anos ia ter a primeira consulta de oftalmologia em Sta Maria mas que, graças às excursões organizadas a Cuba por causa das cataratas, foi logo agendada para a semana !
Ah, Honório Novo! Do que te havias de ter lembrado. Agora, à custa dos 17 cêntimos da botija, temos noticiários televisivos para mais de 15 dias. A ASAE, que logo que lhe cheira a câmara de TV fica logo toda tonta, irá andar distraida mais de um mês e a própria AdC, que demorou um ror de tempo a concluir que o Cartel das Petrolíferas afinal é um grupo de meritórias senhoras que se dedicam a organizar uns chás-canasta, vai passar o resto do ano a tentar elaborar um estudo aprofundadíssimo sobre o efeito psicológico da descida de 1% de IVA e, recorrendo a um dos filhos do Presidente, que fez agora a disciplina de Matemática e teve 14 valores, de certeza que vai conseguir provar que:
  • 20,25/1,21 = 20,25/1,20 e tudo por tua culpa, Honório!

Back in Business


terça-feira, 1 de julho de 2008

Tuberculose multiresistente

Novo teste
Tuberculose multirresistente despistada em poucas horas

Segundo o Jornal Público de hoje, foi desenvolvido pela empresa alemã Hain Lifescience um novo teste salivar que despista a tuberculose multirresistente no próprio dia. O anúncio foi feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O resultado permite dar um tratamento adequado a cada paciente.
Os antibióticos mais comuns para combater a tuberculose são a Rifampicina e a Isoniazida. Mas nas últimas décadas o aparecimento de estirpes resistentes tem dificultado estes tratamentos. Cerca de cinco por cento dos doentes sofrem da tuberculose multirresistente.
Até agora os testes para detectar se um paciente tinha tuberculose multirresistente demoravam três meses. Este tempo de espera sujeitava os doentes a tratamentos errados que podiam aumentar a resistência do bacilo, e a um maior risco do doente contagiar outras pessoas.
Mario Raviglione, director do programa de luta contra a tuberculose da OMS, adiantou à Reuters que o Lesoto vai ser o primeiro país a ter o equipamento laboratorial para fazer o novo diagnóstico. O projecto é suportado pela UNITAID e pela Foundation for Innovative New Diagnostics. Nos próximos quatro anos vários países de África, da Europa do Leste e da Ásia vão utilizar o diagnóstico.
Segundo a OMS, este teste complementado com um esforço na diminuição dos preços dos antibióticos de segunda linha que são aplicados na variante multirresistente, vão aumentar de dois para 15 por cento os doentes com tratamento adequado para a variante.
Há poucos anos apareceu uma nova estirpe designada tuberculose extensivamente resistente, que não responde à segunda linha de tratamentos. Esta estirpe já foi detectada em 49 países. A empresa alemã está actualmente a trabalhar num diagnóstico para esta estirpe. O bacilo de Koch é o microrganismo responsável pela tuberculose e infecta principalmente os pulmões. A tuberculose é transmitida pelo ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Segundo a OMS, em 2005 morreram mais de um milhão e meio de pessoas com tuberculose. A variante multirresistente é particularmente letal para doentes infectados com o vírus da SIDA ou que têm o sistema imunitário deprimido.
A importância desta descoberta é mais do que evidente, não só tendo em conta um melhor e mais eficaz tratamento dos doentes com SIDA mas também porque serve de pretexto para lembrar os portugueses e os seus governantes para o facto de a tuberculose dita "normal" estar aínda em níveis superiores à média europeia, como se refere no Portal da Saúde
Estando associada a más condições de salubridade e de subnutrição de algumas franjas da população, mas não só, tem neste momento em Portugal uma incidência maior nas zonas de maior densidade populacional, nomeadamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. A medida que maior impacto teve na diminuição desta doença infecciosa e silenciosa parece-nos estar associada à acção preventiva de vacinação dos recém-nascidos pela vacina BCG e respectiva revacinação aos 5 anos de idade, após o alerta sério do recrudescimento da doença há cerca de 10 anos por parte da Organização Mundial de Saúde, o qual deu origem ao Plano Nacional de Luta Contra a Tuberculose coordenado pelo Dr. Fonseca Antunes.
Isto após cerca de 20 anos de grande desleixo no rastreio da doença, o qual era bastante intensivo antes de 25 de Abril de 1974. Longe estão os tempos dos «adesivos» obrigatórios colocados nas crianças da instrução primária, do "dispensário" da Praça do Chile onde, através de «micro-RX´s» e de provas de «tuberculina» se faziam testes obrigatórios para candidatos a empregos e função pública e anualmente obrigatórias para todos os estudantes.

Hoje em dia, e excluindo possìvelmente determinados grupos considerados de risco, verifica-se um abandono da atitude profilática e uma actuação meramente curativa, muitas vezes em regime ambulatório e permitindo assim que os doentes se mantenham inseridos no meio familiar e profissional. Tal opção, assumida pela DGS como um direito individual, não é muitas vezes suficientemente percebida por alguns doentes em regime ambulatório, que não tomam a medicamentação com a regularidade obrigatória e podem pôr em risco familiares e terceiros.

Segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano, 98 por cento das quais em países em desenvolvimento.