quinta-feira, 15 de maio de 2008

Manifestação de deficientes da Forças Armadas



Deficientes das Forças Armadas "Pedem respeito" ao Estado Português

Segundo noticia o Correio da Manhã de hoje em crónica assinada por Antunes de Oliveira "Milhares de militares portugueses ficaram estropiados durante a Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Ontem 1500 daqueles homens marcharam mais uma vez, muitos deles com a ajuda de muletas ou cadeiras de rodas, até à Assembleia da República, para pedirem mais respeito por parte do Estado e, entre outras reivindicações, melhores condições na assistência de saúde.
José Arruda, presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), que promoveu a manifestação de ontem, disse ao CM que os militares feridos em combate tinham direito a todos os medicamentos gratuitos, o que perderam em 2006, passando apenas a poder adquirir gratuitamente remédios relacionados com a sua deficiência.
Após mais de uma hora de marcha entre o Largo da Estrela e a Assembleia da República, os manifestantes ficaram em frente ao Parlamento, enquanto José Arruda entregou uma moção com as exigências ao presidente da Assembleia e grupos parlamentares.
Os deputados António Filipe (PCP), João Rebelo (CDS-PP) e Francisco Louçã (BE) receberam os manifestantes nas escadarias da Assembleia. "Foram todos impecáveis, menos os deputados do PS e do PSD, que entenderam não estar aqui", disse José Arruda no final da iniciativa."
É realmente uma vergonha a maneira como o Estado Português se vem comportando com quem lutou de armas na mão para defesa da Pátria numa guerra que se poderá considerar polémica sob o aspecto político, mas que ceifou a vida de muitos milhares de portugueses e atirou para os braços da "deficiência visível e invisível" outros tantos.
Haverá alguém com um mínimo de inteligência e bom senso, com exclusão deste Governo e pelos vistos do PSD, que considere que um "deficiente", seja ele civil ou ex-militar, tem o mesmo nível de custos na sua vida «normal» do que um "não deficiente"?
Tal como em relação aos cerca de 500.000 cidadãos portugueses que se viram obrigados a abandonar todos os seus haveres e a recomeçar as suas vidas neste pequeno rectângulo sem honra nem qualquer compensação para além do alojamento em pensões de miséria, à custa do que muitos continentais enriqueceram ilegalmente através do IARN, a maior parte deles com uma vida inteira passada nas então denominadas Províncias Ultramarinas e com filhos lá nascidos e criados, o Estado Português não se portou como «pessoa de bem».
Por mim e por aquilo a que assisti nos últimos 34 anos, acho que Portugal deixou há muito de ser um Estado de Direito!!! Os últimos acontecimentos que envolveram a polémica gerada pelas verdades ditas em público por Bob Geldof e os insultos vindos de Angola e sem reacção de Portugal provam-no.

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