Bob Geldof sem papas na lingua

Segundo o jornal Público de hoje, Bob Geldof afirmou que "Angola é gerida por criminosos"

O Banco Espírito Santo divulgou um comunicado onde se demarca das afirmações sobre Angola proferidas hoje pelo cantor e activista Bob Geldof durante uma conferência promovida pelo semanário “Expresso” e pelo "BES".

Geldof falava esta manhã no Hotel Pestana Palace, numa conferência organizada pelo Banco Espírito Santo e jornal "Expresso", dedicando uma intervenção de cerca de vinte minutos ao tema "Fazer a diferença". Quando se referia às relações históricas e culturais de Portugal com o continente africano - "vocês serão uma voz importante no século XXI", disse para a assistência, Bob Geldof fez uma pausa e virou o discurso para Angola.

"Angola é gerida por criminosos", acusou o organizador do Live Aid e Live 8. "As casas mais ricas do mundo estão [a ser construídas] na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane", apontou, estabelecendo como comparação estes dois bairros luxuosos da capital inglesa.

Bob Geldof, talvez por não saber, esqueceu-se de dizer que a capital da então província ultramarina tinha sido totalmente ocupada e saqueada pelos elementos dos ditos movimentos de libertação, quando os valentes soldados portugueses que aí se encontravam em 25 de Abril de 1974 resolveram abandonar as suas armas e recusar-se a manter os seus postos, reclamando uma saída imediata para a santa terrinha para tratar das couves, porque lá só havia café e eles tinham era saudades da couve portuguesa (a mesma que os cinco milhões de emigrantes portugueses continuam a cultivar nos seu quintais de 2 m2 por todo o mundo).

E que, uma vez ocupadas as casas e colocada a "criação de frangos" nas banheiras, aquela Luanda, a da baia, ficou totalmente inutilizada a ponto de técnicos italianos dizerem que saia mais barato fazer uma nova Luanda do que recuperar a antiga.

E, pelos vistos, também se esqueceu de referir o modo como o Sr José Eduardo dos Santos e sua filha se tornaram donos de uma das maiores fortunas mundiais à custa da miséria do seu povo!

E claramente não disse, embora soubesse, que todos os governos desta treta de País se têm colocado sempre de cócoras perante o dito Sr.