terça-feira, 1 de julho de 2008

O Presidente polaco diz que não assina o tratado de...Bildelberg



Documento “sem substância”
Presidente polaco recusa assinar Tratado de Lisboa

Segundo o Jornal Público de hoje, o presidente polaco, Lech Kaczynski, anunciou que não assinará o Tratado de Lisboa, sustentando que ele está agora "sem substância" depois da recusa dos eleitores irlandeses a ratificá-lo, numa entrevista publicada hoje no diário “Dziennik”.
"Por agora, a questão do tratado está sem substância", afirmou o presidente conservador polaco ao diário, segundo a edição digital do jornal. O Parlamento polaco ratificou, logo em Abril, o Tratado destinado a reformar o funcionamento das instituições europeias. Mas para ser definitivamente um dado adquirido, a ratificação tem de ter a assinatura do presidente.
A deserção de Lech Kaczynski é um golpe importante para os esforços do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, que pretende circunscrever o problema da ratificação à Irlanda, durante a sua presidência da UE que hoje começou. "É difícil dizer como é que isto vai acabar. Em contrapartida, a afirmação segundo a qual não há União se não houver Tratado não é séria", acrescentou o presidente Kaczynski. O novo Tratado, que visa facilitar o funcionamento das instituições de uma UE a 27 e que substitui o projecto de Tratado Constitucional rejeitado em 2005 em referendos em França e na Holanda, tem de ser ratificado por todos os Estados membros para que possa entrar em vigor.
É de recordar que já durante a Presidência da UE por Portugal, a Polónia apresentava uma posição "dura" relativamente à aprovação, não por razões de carácter ideológico e de princípios relativamente ao mesmo, mas sim numa tentativa de utilizar algum «forcing» de modo a obter mais contrapartidas do que as concedidas ao seu País.
A forma como os "porreiro-pá´s" portugueses abafaram, ou atrasaram (?), esta posição manifesta-se nòvamente, agora com o argumento irlandês.
Quanto a nós, trata-se de um retorno estratégico às exigências anteriores que, como se sabe, são sempre convertíveis em euros, já que a questão então levantada relativamente à comparação do número de deputados europeus com os da Espanha, foi na altura resolvida com a «originalíssima» solução do nº de deputados + 1 (o presidente) !
Assim e com o Tratado já ratificado pelo Parlamento, iremos então agora assistir não a uma recusa do mesmo pelos polacos, já que também a estes foi negada a possibilidade de um referendo, mas sim a uma negociação de bastidores em que predominará, como sempre, o acordo político-económico de circunstância.

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