terça-feira, 1 de julho de 2008

Tuberculose multiresistente

Novo teste
Tuberculose multirresistente despistada em poucas horas

Segundo o Jornal Público de hoje, foi desenvolvido pela empresa alemã Hain Lifescience um novo teste salivar que despista a tuberculose multirresistente no próprio dia. O anúncio foi feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O resultado permite dar um tratamento adequado a cada paciente.
Os antibióticos mais comuns para combater a tuberculose são a Rifampicina e a Isoniazida. Mas nas últimas décadas o aparecimento de estirpes resistentes tem dificultado estes tratamentos. Cerca de cinco por cento dos doentes sofrem da tuberculose multirresistente.
Até agora os testes para detectar se um paciente tinha tuberculose multirresistente demoravam três meses. Este tempo de espera sujeitava os doentes a tratamentos errados que podiam aumentar a resistência do bacilo, e a um maior risco do doente contagiar outras pessoas.
Mario Raviglione, director do programa de luta contra a tuberculose da OMS, adiantou à Reuters que o Lesoto vai ser o primeiro país a ter o equipamento laboratorial para fazer o novo diagnóstico. O projecto é suportado pela UNITAID e pela Foundation for Innovative New Diagnostics. Nos próximos quatro anos vários países de África, da Europa do Leste e da Ásia vão utilizar o diagnóstico.
Segundo a OMS, este teste complementado com um esforço na diminuição dos preços dos antibióticos de segunda linha que são aplicados na variante multirresistente, vão aumentar de dois para 15 por cento os doentes com tratamento adequado para a variante.
Há poucos anos apareceu uma nova estirpe designada tuberculose extensivamente resistente, que não responde à segunda linha de tratamentos. Esta estirpe já foi detectada em 49 países. A empresa alemã está actualmente a trabalhar num diagnóstico para esta estirpe. O bacilo de Koch é o microrganismo responsável pela tuberculose e infecta principalmente os pulmões. A tuberculose é transmitida pelo ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Segundo a OMS, em 2005 morreram mais de um milhão e meio de pessoas com tuberculose. A variante multirresistente é particularmente letal para doentes infectados com o vírus da SIDA ou que têm o sistema imunitário deprimido.
A importância desta descoberta é mais do que evidente, não só tendo em conta um melhor e mais eficaz tratamento dos doentes com SIDA mas também porque serve de pretexto para lembrar os portugueses e os seus governantes para o facto de a tuberculose dita "normal" estar aínda em níveis superiores à média europeia, como se refere no Portal da Saúde
Estando associada a más condições de salubridade e de subnutrição de algumas franjas da população, mas não só, tem neste momento em Portugal uma incidência maior nas zonas de maior densidade populacional, nomeadamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. A medida que maior impacto teve na diminuição desta doença infecciosa e silenciosa parece-nos estar associada à acção preventiva de vacinação dos recém-nascidos pela vacina BCG e respectiva revacinação aos 5 anos de idade, após o alerta sério do recrudescimento da doença há cerca de 10 anos por parte da Organização Mundial de Saúde, o qual deu origem ao Plano Nacional de Luta Contra a Tuberculose coordenado pelo Dr. Fonseca Antunes.
Isto após cerca de 20 anos de grande desleixo no rastreio da doença, o qual era bastante intensivo antes de 25 de Abril de 1974. Longe estão os tempos dos «adesivos» obrigatórios colocados nas crianças da instrução primária, do "dispensário" da Praça do Chile onde, através de «micro-RX´s» e de provas de «tuberculina» se faziam testes obrigatórios para candidatos a empregos e função pública e anualmente obrigatórias para todos os estudantes.

Hoje em dia, e excluindo possìvelmente determinados grupos considerados de risco, verifica-se um abandono da atitude profilática e uma actuação meramente curativa, muitas vezes em regime ambulatório e permitindo assim que os doentes se mantenham inseridos no meio familiar e profissional. Tal opção, assumida pela DGS como um direito individual, não é muitas vezes suficientemente percebida por alguns doentes em regime ambulatório, que não tomam a medicamentação com a regularidade obrigatória e podem pôr em risco familiares e terceiros.

Segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano, 98 por cento das quais em países em desenvolvimento.

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