sexta-feira, 12 de setembro de 2008

BPI cede 49,99% do BFA à Sonangol e à filha de Eduardo dos Santos


BPI vende 49,99 % do BFA (Banco do Fomento Angola)

Segundo o Jornal Público de hoje, o BPI vai vender 49,99 % do capital do banco que detém em Angola à Unitel, uma sociedade que é controlada, entre outros, pela petrolífera Sonangol e pela filha do presidente angolano, Isabel dos Santos.

A participação será alienada por 475 milhões de dólares, anunciou ontem o banco português. A libertação de uma participação qualificada para investidores locais era uma das condições impostas pelo governo angolano para conceder licença de operação do BFA.
É de recordar que não há muito tempo, o Banco da China - sucursal de Macau, o Banco BPI e o Banco de Fomento Angola (BFA) assinaram, em Macau, dois protocolos de cooperação incidindo sobre financiamento do comércio externo e transferências de imigrantes.

Os protocolos celebrados vêm no seguimento de contactos iniciados em finais de 2005 e aprofundados já este ano, nomeadamente no Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa realizado em Abril e na visita a Lisboa da delegação da Região Administrativa Especial (RAE) de Macau em Junho.

Para financiamento do comércio externo foi criada uma linha de crédito de apoio às exportações da China e de Macau para Angola, no montante de 100 milhões de dólares
. O BFA actuará como Banco emitente de créditos documentários de importação relativamente aos seus clientes angolanos e o Banco da China - sucursal de Macau actuará como Banco notificador, operando o Banco BPI como eventual Banco confirmador.

O protocolo de transferência de imigrantes visa facilitar as transferências de cidadãos da China a trabalhar em Angola
. O BFA preparou um formulário bilingue e acordou com a sucursal de Macau do Banco da China os procedimentos e as condições do serviço a desenvolver, garantindo condições concorrenciais face a outras alternativas existentes.

A assinatura dos protocolos visa, ainda, aproveitar as sinergias da RAE de Macau como plataforma de cooperação entre a China e os países lusófonos, facilitando as relações económicas e comerciais entre os respectivos mercados, que, no caso específico de Angola, têm registado um crescimento significativo nos anos mais recentes.

Fica, assim, constituido o triângulo de apoio ao mais recente «colonialismo» de Angola, desta vez por parte da China e com o incentivo dos empresários portugueses.

A rede de interesses que envolve a família de José Eduardo dos Santos e vários empresários, tanto portugueses como de outras nacionalidades, muitos deles utilizados como meros «testa de ferro», é extremamente complexa.

Tente percebê-la e veja onde se encaixava Isabel dos Santos já em Outubro de 2007.

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