sexta-feira, 18 de abril de 2008

O País na rua

Segundo o Diário de Notícias de hoje, diário oficial de todos os governos ao longo dos tempos,

"Mais de 30 mil, segundo a polícia, e cerca de 60 mil, aos olhos da CGTP, manifestaram-se ontem nas ruas de Lisboa contra a ameaça de uma "revisão gravosa do Código do Trabalho (CT)", que deverá ser anunciada muito em breve. Contas à parte, o número de manifestantes foi suficiente para lançar o caos no trafego das principais artérias do centro de Lisboa. Enquanto a CGTP atrapalhava o trânsito, a chuva e o vento faziam o mesmo à central sindical, desmobilizando muitos trabalhadores e chegando mesmo a impedir que alguns sindicalistas pudessem discursar no final do protesto. A central sindical intitulou o protesto como "aviso geral", deixando no ar a disposição de ir até às últimas consequências, caso o Governo avance para uma reforma sem o acordo da CGTP:

últimas consequências significam na linguagem sindical "greve" e, tratando-se de um assunto nacional, "greve geral"... "

Independentemente da clara proximidade da CGTP ao PCP, tal como da UGT ao PS e ao PSD, a existência de duas centrais sindicais enfeudadas a interesses partidários é fruto de tempos conturbados do PREC em que se pretendeu impôr a chamada «unicidade» sindical.
Esta situação enviesada não invalida a realidade de cada vez mais "Portugueses" assumirem claramente a sua opção por manifestar sem receio, e apesar do «Estado Big Brother» que se está a instalar por acção deliberada deste governo dito "socialista", o seu desagrado pelas políticas seguidas no vários sectores.
Já foram 100 mil antes, ontem 30 ou 60 mil segundo quem conta, e cada vez serão mais se quem deve ouvir e perceber se mantiver numa atitude totalmente surda e obtusa (confundida por muita gente com «determinação»)...mas a verdade é que estas largas dezenas de milhar de pesoas se não confinam a nenhuma das centrais sindicais. São o povo deste País a perder a paciência !
Para a correia de transmissão jornalística de todos os governos, o Diário de Notícias, há que recordá-lo de que, quando ao serviço de Vasco Gonçalves, foi uma manifestação de cerca de 200 mil pessoas na Fonte Luminosa que iniciou a contagem crescente para a reposição do "combóio da revolução" nos trilhos da democracia.
Confundir a "árvore" com a "floresta" será um erro crasso que não serve o País nem a democracia !

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