segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nebulosidades do Estado versus Privado

A história, embora elucidativa do comprometimento nebuloso entre o Estado e o Sector Privado que vive à custa de cumplicidade com o poder, é simples:
"Daniel Sanches, aquando da sua nomeação para o governo de Santana Lopes, era simultâneamente «secretário da Assembleia Geral do Banco Português de Negócios, administrador da Pleiade, presidente do conselho de administração da Serviplex, presidente do conselho de administração da Vsegur, administrador da Complementus», todas do grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN).
Estando a decorrer um concurso público para venda ao Estado de um sistema de comunicações que iria constituir-se no denominado ´Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP)´ e ao qual concorria a SLN, decidiu esta entidade privada, de motu próprio e numa alegada atitude patriótica, «emprestar» ao Estado um sistema de comunicações móveis de emergência que esteve a funcionar em Lisboa, Porto e Faro durante o EURO 2004.
O altruismo da SLN viria mais tarde (três dias após a realização das últimas eleições legislativas e já na altura em que o governo de Santana Lopes se deveria encontrar em situação de governo de gestão) a ser recompensado pela adjudicação a esta entidade privada por 500 milhões de euros, por parte de Daniel Sanches, do sistema de comunicações em causa.
Por seu lado, Daniel Sanches, após a tomada de posse do novo governo, volta para a SLN.
Tendo sido despoletado um inquérito e averiguações a esta situação por parte da PJ, todo este processo termina agora da maneira habitual nesta treta de País em que vivemos, completamente atolado na corrupção, ou seja, ARQUIVADO pelo Procurador-geral adjunto Azevedo Maia, alegadamente por alta de provas ! Daniel Sanches nem terá sido ouvido em sede de inquérito (?)
Pelo meio disto tudo, aínda aparece referido o nome de Manuel Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna, que também terá estado na SLN como administrador não executivo e que em finais de 2006 continuava ligado ao grupo, sendo actualmente «Conselheiro de Estado» por escolha do Presidente da República Cavaco Silva."
Apre (!) que eles estão em todas, qualquer que seja o governo e desde que pertençam ao «grande partido peronista», perdão..., ao enorme «bloco central de interesses» !

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