sábado, 12 de abril de 2008

Branqueamento da violência nas escolas ?

As estatísticas, na sua crua realidade, permitem sempre as mais variadas interpretações normalmente em função do objectivo pretendido.
Vem isto a propósito da notícia de primeira página do jornal Público de 5 de Abril em que se faz uma chamada às estatísticas sobre os números correspondentes à apreensão de armas de fogo e brancas nas escolas entre 1995/6 e 2006/7.
Segundo dados resultantes da consulta dos relatórios do Programa Escola Segura, parece que a apreensão de armas de fogo nas escolas está ao nível de há dez anos !
Confesso que esta afirmação me não conforta mìnimamente pois ela também é elucidativa de que, se o nível se mantém e não é zero, parece que nada foi feito para evitar este problema gravíssimo.
Os números adiantados, que seguidamente se reproduzem
Armas de Fogo apreendidas
  • 1995/96 - 04
  • 1998/99 - 12
  • 2000/01 - 15
  • 2006/07 - 13

Armas Brancas apreendidas

  • 1995/96 - 8
  • 1998/99 - 51
  • 2000/01 - 88
  • 2006/07 - 165

Agressões contra professores

  • 1999/00 - 139
  • 2000/01 - 146
  • 2001/02 - 138
  • 2002/03 - 293
  • 2005/06 - 390
  • 2006/07 - 185

Agrssões contra alunos

  • 1999/00 - 602
  • 2000/01 - 348
  • 2001/02 - 370
  • 2002/03 - 1525
  • 2004/05 - 185
  • 2005/06 - ?
  • 2006/07 - ?

Vítimas que receberam tratamento hospitalar

  • 1995/96 - 36
  • 1998/99 - 60
  • 2000/01 - 160
  • 2001/02 - 119
  • 2004/05 - 218
  • 2005/06 - ?
  • 2006/07 - ?

Agressões contra funcionários

  • 2001/02 - 158
  • 2002/03 - 315
  • 2003/04 - ?
  • 2004/05 - 139
  • 2005/06 - ?
  • 2006/07 - 147

não descansam ninguém, para além da sua simples valorização estatística, já que é o próprio Procurador Geral da República a referir que são levadas para as escolas pistolas de calibre 6.35 e de 9 mm (pistolas de guerra não autorizadas ao cidadão comum), bem como caçadeiras.

Confesso o meu mais profundo espanto em imaginar um "puto" chegar à escola com os livros debaixo de um dos braços e de caçadeira a tiracolo sem que ninguém nessa mesma escola dê por isso !!!

Tudo isto acompanhado de agressões a 185 professores, 147 funcionários das escolas e a um número indeterminado de alunos.

Se isto não é o «farwest», onde está instalado o medo e o deixa andar, então não sei o que seja pois já se afirmou que em 2007 houve cento e tal pedidos de ajuda de professores através da sua linha SOS, dos quais 23 nada fizeram por temerem represálias.

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