sexta-feira, 17 de junho de 2011

O acordar do Falcão

Andava o Falcão entretido em largos voos picados lá para a zona de São Bento, incluindo a «casa grande» e «senzala», quando de repente ouviu um silvo com um enorme estrondo e caiu inconsciente, rodopiando por aí abaixo até ao chão.

Aves amigas dizem-lhe agora que essa queda foi amortecida pelos ramos de uma das grandes árvores existentes algures na zona do parque de estacionamento dos deputados da Assembleia da República!

Elas próprias, desconfiando que uma participação à policia não iria dar em nada, como é costume nesta treta de rectângulo que se diz País, resolveram tomar a peito as investigações e acabaram por descobrir resquícios da arma do crime - um cartucho de caçadeira de 20mm, ao qual tiraram fotografias e que guardaram todo este tempo como prova de que alguém por aquelas bandas se andava a sentir preocupado com os voos picados do Falcão.

Seriam alguns deputados de várias cores que o mesmo havia colocado no "quadro da desonra" deste blog por razões perfeitamente documentadas? Teria sido o "Pinóquio", que habitava então a «senzala» e se olhava diàriamente ao espelho perguntando-lhe: "diz-me espelho meu, haverá PM mais bonito do que eu?" e que obtinha últimamente uma resposta repetida e monocórdica do tipo - bom, há para aí um coelho que tem estado à espreita e cujos passos até agora foram exactamente iguais ao teus!

Qualquer que fosse o autor do disparo, porque foi disso que se tratou, é bem certo que contar a verdade é por estes lados inconveniente e que desde então este Falcão ficou sem piu, nunca mais dando acordo de si até ao momento.

E o coma profundo em que se viu envolvido durante estes quase três longos anos acabou por fazer com que tivesse perdido totalmente a consciência do que se estava a passar neste «pântano» à beira mar plantado, pelo que a sua saída súbita do coma teve de ser muito bem acompanhada pelas aves amigas, as quais a pouco e pouco lhe foram dando conta do que entretanto se havia passado, não fossem as notícias poderem causar o colapso súbito e mortal do autor destas linhas.

A verdade é que este Falcão aínda se não sente totalmente recuperado, pelo que poderão os leitores calcular o efeito que resulta numa ave de rapina deste tipo ficar a saber dos acontecimentos de três anos todos condensados em meras horas de convalescença.

A situação requer prudência sob o aspecto clínico e também uma profunda avaliação sobre as novas regras do jogo, em que a «banca» se mantém nas mãos do "Parolo dos Tabús do Possolo" mas com novos «peões de brega», nomeadamente aqueles que se dizem "independentes" mas que, como a história nos ensina, de independentes têm só a ideia de ficarem livres para poderem jogar futuramente em vários tabuleiros.

"A estratégia sem táctica é o caminho mais lento para a vitória. Táctica sem estratégia é o ruído antes da derrota"


(Sun Tzu em "A Arte da Guerra")

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