sexta-feira, 21 de março de 2008

Um político de plástico

Logo que o Falcão levantou voo avistou, no meio de uma multidão que enchia o tabuleiro da Ponte 25 de Abril, um homem em calções e Tshirt que dá pelo nome de qualquer coisa ... Sócrates...

O mesmo que motivou o seguinte artigo em 2004, republicado no Público de 8/3/2008!



"Para conhecer o favorito à sucessão de Ferro Rodrigues é bom ler a entrevista que deu, este fim de semana, ao Expresso. O que nela diz e aquilo que omite mostram, com uma crueza que até dói, como José Sócrates faz parte desta nova categoria de políticos de plástico - ou de plasticina, tais as capacidades contorcionistas - que tem como principal activo a popularidade ganha na televisão e o verbo fácil. Ou, pelo menos, aparentemente fácil, porque tudo é estudado ao pormenor, preparado com afinco, muitas vezes não para formar convicções ou tomar decisões, mas para "parecer bem".(...)Sempre que lhe pedem para explicar uma opção de vida ou uma viragem na política, cita um livro ou um filme, pergunta se os entrevistadores o leram ou viram e sublinha como esta ou aquela frase se tornou em lema na sua vida.(...) O tom é sempre o da mais insustentável leveza, chegando ao ponto de não encontrar melhor exemplo para as diferenças entre a esquerda e a direita do que uma frase exaltada sobre o ordenado do director-geral de Impostos. Num ponto, porém, tem razão: falar trinta segundos é uma eternidade e logo se percebe quem não tem nada para dizer. Ora, como a entrevista deve ter sido coisa de horas..."

José Manuel Fernandes, 29.7.2004

Sem comentários: