domingo, 9 de outubro de 2011

Enquanto o eixo germano-francês se move lentamente, a banca portuguesa entra em profundo nervosismo quer quanto aos valores de recapitalização anunciados em surdina, quer quanto ao recente downgrading da Moody´s


Segundo o Jornal de Negócios Online - 9/10/2010

Após a cimeira Berlim-Paris, Sarkozy e Merkel mostram entendimento sobre a necessidade de avançar com um plano para recapitalizar os bancos europeus.

 
Os líderes europeus vão fazer “tudo o que for necessário” para assegurar que os bancos europeus têm níveis de capital adequados. A garantia foi dada pela chanceler alemã e pelo Presidente francês, após mais um encontro entre os dois líderes, tendo Sarkosy prometido ter esse plano delineado até à próxima reunião dos G20 a 3 de Novembro.

Aínda segundo o Jornal de Negócios Online, Merkel teria afirmado que "estavam determinados a fazer tudo o que for necessário para assegurar a recapitalização dos nossos bancos".

Entretanto, o nervosismo começa a instalar-se na nossa Banca tanto quanto à lentidão da tomada de decisões por parte da UE no que se refere à necessidade de uma posição de defesa conjunta do Euro e face ao recente «downgrading» infligido pela agência Moody´s a todos os bancos portugueses, com excepção do Santander-Totta que foi considerado como uma filial do Banco Santander e que, como se sabe, é um dos maiores bancos espanhóis.

Para além disso, tanto o valor mencionado «em surdina» durante o encontro entre Merkel e Sarkosy quanto ao objectivo de capitalização da banca e que seria da ordem dos 400 milhões de euros a título individual, bem como a pouca clareza das afirmações dos intervenientes, não permitem uma confiança na ultrapassagem dos problemas actuais.

Repare-se que afirmar a sua "determinação em fazer tudo o que for necessário para assegurar a recapitalização dos nossos bancos" nada garante que não passe por uma imposição de entrada de capitais na banca que permitam um qualquer limite mínimo do valor a estipular.

Fica, assim, a nossa Banca na necessidade de captar esses capitais entre investidores nacionais ou estrangeiros, podendo neste último caso estar a desenhar-se uma profunda reestruturação do sector e/ou uma transferência do controle dos mesmos para fora do País. 

Salva-se a afirmação de que a Grécia não será conduzida a abandonar o Euro e o facto de se ter evitado o desaparecimento pura e simples do Banco Dexia.

Sem comentários: