sábado, 26 de abril de 2008

25 de Abril de 2008 - O vazio que sobrou dos 34 anos perdidos das nossas vidas

"Tradições são tradições. E a de contar cravos, ou melhor, ver quem vem com o cravo vermelho na lapela na sessão do 25 de Abril, cumpriu-se mais uma vez por parte de jornalistas, deputados e até de visitantes mais ou menos ilustres. Vamos então ao balanço do cravo na lapela, versão 2008. Cavaco Silva foi pela terceira vez à sessão enquanto Presidente sem cravo. Aínda assim, não evitou que, logo que entrou na sala, se ouvisse um burburinho sobre a ausência da flor da revolução na lapela presidencial. Ao seu lado, Jaime Gama tinha cravo e a bancada do Governo e do PS fazia o pleno. À esquerda dos socialistas, PCP, BE e Verdes também não dispensaram mais uma vez o adorno. No CDS, cravos nem vê-los. No PSD a maioria não ostentava a flor. As excepções (salvo alguma falha) foram para Mota Amaral, José Eduardo Martins, Emídio Guerreiro, Carloto Marques e Zita Seabra, que foi a sensação do dia. Apresentou-se de início com um cravo postiço, daqueles tipo jóia de pechisbeque, que mais tarde trocou por um verdadeiro."
Jornal Público de 2008/04/26

sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril - confusões entre a data e o seu significado

Trinta e quatro anos depois da data que permitiu que Portugal pudesse ter invertido o sentido do seu tradicional atraso cultural e económico, eis que um dos políticos que mais tempo esteve no poder, como PM e agora como PR, vem lamentar que a juventude que «ajudou» a crescer sob uma total ausência de princípios éticos e morais, manifeste ignorância sobre a revolução de Abril.
Confusos estiveram todos os políticos desde então, que não souberam apostar nos verdadeiros alicerces de uma mudança radical, apostando no bem mais precioso - a Educação, o qual faria hoje a diferença face aos desafios que se colocam ao País.
Confusos estão também alguns portugueses face à oportunidade única perdida e face ao espectáculo lamentável que os políticos de sempre, e recentes arrivistas, têm e estão a dar de um sistema dito democrático (autocrático ?) que bloqueia o País em querelas partidárias e em proveito próprio, culpando depois o resultado da sua inépcia - a juventude, de ser ignorante sobre o 25 de Abril!
Confusos não estão os restantes portugueses porque se alheiam totalmente do futuro do País e dos seus próprios filhos. O que os preocupa é o futebol, o fado e fátima, tal como antigamente...
Se a ignorância parece generalizada em relação ao ensino, os princípios subvertidos face aos maus exemplos do "vale tudo" que as Tv´s transmitem, a ética atirada para trás das costas por deformação da formação básica adquirida em casa, temos de concluir que a culpa é de todos nós porque nos limitamos a ir votar de 4/4 anos num dos "clubes" a que nos habituámos e nos alheamos das nossas responsabilidades, nesse mesmo momento, pelos 4 anos seguintes!
Por outro lado, não nos podemos esquecer de que aqueles que nem se dão ao trabalho de ir votar constituem quase a maioria de nós, e a sua falta de responsabilidade democrática é fruto de todos os erros atrás referidos.
A "liberdade", símbolo máximo da revolução de Abril, teria de ter sido «ensinada» ao povo português para que não se confundisse com «a minha liberdade» e o vale tudo actual!
A "História" raramente se repete e o País está a divergir cada vez mais daqueles que agarraram a oportunidade no tempo certo.
Que a juventude manifeste ignorância sobre o 25 de Abril, no sentido que lhe deu o PR, não me preocupa mìnimamente. O que me preocupa é que essa juventude não assuma os seus ideais mais profundos e não queira inverter o sentido da "História" que estamos a trilhar em direcção à desagregação total.
Talvez tenha chegado o tempo para uma «Refundação» da democracia em Portugal!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Contrastes que envergonham Portugal

"Mais pensões milionárias. A tendência de crescimento do número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com pensões mensais superiores a quatro mil euros não pára de aumentar: entre 2006 e 2007 o universo de reformados com pensões douradas subiu, segundo o último relatório da CGA, de 3454 para 3742 indivíduos, um acréscimo de 8,3 por cento.
Com a pensão dourada concedida a mais 288 aposentados, no ano passado houve em média quase um novo pensionista milionário por dia.
O universo destes pensionistas abrange, no essencial, políticos, magistrados, médicos e administradores de hospitais, professores universitários, diplomatas, militares, funcionários dos CTT e controladores de tráfego aéreo. Entre os novos reformados milionários contam-se personalidades tão conhecidas quanto Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças do Governo de Cavaco Silva e actual presidente da Sapec, Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde e actual presidente da Efacec, Garcia Leandro, tenente-general do Exército e actual presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, Manuel Braga da Cruz, actual reitor da Universidade Católica, Alberto João Jardim, presidente do governo Regional da Madeira.
O relatório da CGA referente a 2007 deixa claro que as reformas de valor superior a quatro mil euros têm um peso cada vez mais elevado nos gastos anuais com as pensões dos beneficiários da CGA: em 2007, numa despesa total de cerca de 7,2 mil milhões de euros com as reformas dos 402 665 reformados, os custos com as 3742 pensões douradas oscilaram entre um mínimo de cerca de 15 milhões de euros e um máximo na ordem de 20,5 milhões de euros."
Correio da Manhã - 22/4/2008
Em contrapartida, veja-se o que consta do seguinte Diário da República
Diário da República, 2.ª série — N.º 68 — 7 de Abril de 2008 15121
Caixa Geral de Aposentações, I. P.
Aviso n.º 10621/2008
Em cumprimento no disposto no artigo 100.º do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro (Estatuto da Aposentação), torna-se pública a lista dos aposentados e reformados a seguir identificados que, a partir do próximo mês de Maio, ou desde as datas que se indicam, passam a ser abonados da respectiva pensão pela Caixa Geral de Aposentações:
...
EX-FUNCIONÁRIOS DA ADMINISTRAÇÃO ULTRAMARINA


ADÃO ANTÓNIO MATEUS - AJUDANTE DE ESCRIVÃO DE DIREITO - ANGOLA - € 65,82
ANGELINA NUNES CORREIA GOMES - AUXILIAR DE ENFERMEIRA/PARTEIRA - GUINÉ - € 65,82
ANTÓNIO CÍCERO MELO DIAS SANTOS - AJUDANTE DE ESCRIVÃO - ANGOLA - € 84,80
ANTÓNIO CORREIA SILVA - GUARDA 2.ª CLASSE - CABO VERDE - € 27,62
BELCHIOR SAMUCO - SUBDELEGADO PROCURADOR DA REPÚBLICA - ANGOLA - € 84,80
DIONÍSIO JORGE AFONSECA - CONTÍNUO - CABO VERDE - € 27,62
FILOMENA CONCEIÇÃO PEREIRA AGUIAR - TERCEIRA-OFICIAL - ANGOLA - € 84,80
MANUEL CASIMIRO - CONTÍNUO 1.ª CLASSE - ANGOLA - € 57,36
MANUEL FRANCISCO NETO - AUXILIAR DE ENFERMAGEM 2.ª CLASSE - S. TOMÉ E PRÍNCIPE - € 84,80
MATEUS CAPITANGO - CAPITÃO - ANGOLA - € 65,82
RODRIGO TELES PEREIRA BRAVO ROSA - SEGUNDO-OFICIAL - ANGOLA - € 84,80

28 de Março de 2008. — O Vogal do Conselho Directivo, Norberto Sequeira da Rosa.
Será que ninguém neste País tem um pingo de vergonha ???

domingo, 20 de abril de 2008

Sete cães a um osso

"Num enorme areal de uma praia portuguesa virada a Sul, estavam dois pequenos ´povos´ sensivelmente da mesma dimensão.
Um deles, o «malhado», apoiava os cotovelos nos joelhos e olhava fixamente o horizonte, perdido nos seus mais profundos pensamentos... que saudades tinha do seu velho Pai «sebastião», desaparecido há séculos, e que lhe garantia a sensação de segurança que só um braço forte e dominador pode dar. Até ao momento, nenhum dos candidatos ao poder na selva o tinha feito esquecer «sebastião», nem mesmo «salazarengo», o mais duradouro...
O outro, cinzento, «abstenção», estava languidamente deitado na areia, aproveitando os últimos raios de sol desse fim de tarde.
No cimo da colina sobranceira ao areal, várias «hienas-rosa» emitiam os seus riso-choros característicos e todas seguiam com deferência e submissão a «hiena-rosa» chefe, que aparentava grande impaciência face ao que se estava a passar na base da colina a algumas centenas de metros.
Aí, eram perfeitamente visíveis àquela distância vários «cães-laranja» raivosos que lutavam entre si e que simultâneamente atacavam com violência um dos elementos da matilha, mordendo-lhe as patas e o pescoço, o qual já se esvaia profusamente em sangue alaranjado. A determinada altura, uma das furiosas dentadas conseguiu mesmo arrancar com violência uma das patas do «cão-laranja» que estava a ser atacado pelos seus próprios companheiros, a qual foi projectada à distância. O ataque continuava e as «hienas-rosa» estavam cada vez mais agitadas, todas olhando com expectativa o seu chefe.
Como todas as hienas, «rosa» ou não, as suas características principais em relação aos outros predadores eram a cobardia e o oportunismo, o que fazia com que só se atrevessem a descer à base da colina em grupo e sempre recuando quando eram afrontadas.
Mas o forte cheiro a sangue que emanava da base da colina e os diversos pedaços do «cão-laranja» atacado, que já se espalhavam pela zona, tornavam o chamamento forte demais para ser ignorado.
Assim, lá foram descendo em grupo até à base da colina e pouco a pouco, sempre fugindo às eventuais arremetidas dos raivosos «cães-laranja», iam roubando os pedaços de carne tão ansiosamente invejados.
Conseguiam comer parte no próprio local, deixando os ossos abandonados aos ataques contínuos dos furiosos «cães-laranja».
Ao longe, e observando com indecisão toda a cena, via-se um pequeno grupo de «linces-azuis-do-caldas», espécie em vias de extinção, os quais se interrogavam sobre o que fazer, já que em tempos tinham tido óptimas relações com todos os «cães-laranja», incluindo o que estava agora a ser atacado. Juntos, e por várias vezes, tinham partilhado o controle da caça na região, nomeadamente contra as «hienas-rosa», mas a verdade é que a situação, embora previsível face à inconstância da coesão dos «cães-laranja», cuja liderança era frequentemente posta em causa, aconselhava uma prudente espera para que pudessem verificar o resultado da refrega e então, uma vez definida, aparecerem como apoiantes indefectíveis do vencedor, no sentido de aínda poderem vir a evitar a sua mais que anunciada extinção e aínda colherem alguns frutos da disputa. Por isso se mantinham expectantes, com o seu chefe atento à situação e à planície que se espraiava para além da colina por terras de além-Tejo.
Como recentes auto-proclamados defensores dos lavradores dessas terras, até então dominadas pelos «dinossauros-vermelhos», viam-nos agora ao longe em reunião e tomando decisões não se sabe sobre o quê, em votação de pata no ar.
Nessa altura, «malhado» é interrompido bruscamente nos seus pensamentos por uma pequena picada na sua malha verde, o que o obriga a coçar a zona em busca do «pulgão-verde» que aí se instalou e que age em conluio com os «dinossauros-vermelhos» e a malha do seu «Braço-Esquerdo».
Acordado da sua letargia pelo movimento brusco de «malhado», e já com os últimos raios de sol a desaparecerem no horizonte, «abstenção» levanta-se e diz:
Bom, o melhor é irmos para casa pois deve estar a começar o jogo ! E lá seguiram, lado a lado, em direcção ao sofá onde iriam praticar desporto durante a próxima hora e meia !"

O País em crise

As crises que assolam o País, por ordem decrescente de importância:

  • A crise no Benfica por ter perdido com a Académica
  • A crise no Sporting por ter perdido com o União de Leiria, último
    classificado
  • A crise no Boavista com greve à vista e possível descida de divisão
  • A crise de sucessão na liderança do PSD
  • ...

Bolas, com tanta crise e com os feriados que se avizinham, o País vai
certamente parar
(para reflectir, claro!) nos próximos 15 dias...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O País na rua

Segundo o Diário de Notícias de hoje, diário oficial de todos os governos ao longo dos tempos,

"Mais de 30 mil, segundo a polícia, e cerca de 60 mil, aos olhos da CGTP, manifestaram-se ontem nas ruas de Lisboa contra a ameaça de uma "revisão gravosa do Código do Trabalho (CT)", que deverá ser anunciada muito em breve. Contas à parte, o número de manifestantes foi suficiente para lançar o caos no trafego das principais artérias do centro de Lisboa. Enquanto a CGTP atrapalhava o trânsito, a chuva e o vento faziam o mesmo à central sindical, desmobilizando muitos trabalhadores e chegando mesmo a impedir que alguns sindicalistas pudessem discursar no final do protesto. A central sindical intitulou o protesto como "aviso geral", deixando no ar a disposição de ir até às últimas consequências, caso o Governo avance para uma reforma sem o acordo da CGTP:

últimas consequências significam na linguagem sindical "greve" e, tratando-se de um assunto nacional, "greve geral"... "

Independentemente da clara proximidade da CGTP ao PCP, tal como da UGT ao PS e ao PSD, a existência de duas centrais sindicais enfeudadas a interesses partidários é fruto de tempos conturbados do PREC em que se pretendeu impôr a chamada «unicidade» sindical.
Esta situação enviesada não invalida a realidade de cada vez mais "Portugueses" assumirem claramente a sua opção por manifestar sem receio, e apesar do «Estado Big Brother» que se está a instalar por acção deliberada deste governo dito "socialista", o seu desagrado pelas políticas seguidas no vários sectores.
Já foram 100 mil antes, ontem 30 ou 60 mil segundo quem conta, e cada vez serão mais se quem deve ouvir e perceber se mantiver numa atitude totalmente surda e obtusa (confundida por muita gente com «determinação»)...mas a verdade é que estas largas dezenas de milhar de pesoas se não confinam a nenhuma das centrais sindicais. São o povo deste País a perder a paciência !
Para a correia de transmissão jornalística de todos os governos, o Diário de Notícias, há que recordá-lo de que, quando ao serviço de Vasco Gonçalves, foi uma manifestação de cerca de 200 mil pessoas na Fonte Luminosa que iniciou a contagem crescente para a reposição do "combóio da revolução" nos trilhos da democracia.
Confundir a "árvore" com a "floresta" será um erro crasso que não serve o País nem a democracia !

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Estados de alma

Os portugueses andam com vontade de «torcer o pescoço» aos políticos em geral e aos elementos deste governo em particular, mas não se podem esquecer de que a melhor maneira de lidar com a situação é manter o sangue frio e esperar que eles caiam de podres !
"O homicídio é sempre um erro - não se deve fazer nada de
que não se possa falar depois do jantar."
Oscar Wilde, escritor e poeta irlandês
(1854-1900)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nebulosidades do Estado versus Privado

A história, embora elucidativa do comprometimento nebuloso entre o Estado e o Sector Privado que vive à custa de cumplicidade com o poder, é simples:
"Daniel Sanches, aquando da sua nomeação para o governo de Santana Lopes, era simultâneamente «secretário da Assembleia Geral do Banco Português de Negócios, administrador da Pleiade, presidente do conselho de administração da Serviplex, presidente do conselho de administração da Vsegur, administrador da Complementus», todas do grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN).
Estando a decorrer um concurso público para venda ao Estado de um sistema de comunicações que iria constituir-se no denominado ´Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP)´ e ao qual concorria a SLN, decidiu esta entidade privada, de motu próprio e numa alegada atitude patriótica, «emprestar» ao Estado um sistema de comunicações móveis de emergência que esteve a funcionar em Lisboa, Porto e Faro durante o EURO 2004.
O altruismo da SLN viria mais tarde (três dias após a realização das últimas eleições legislativas e já na altura em que o governo de Santana Lopes se deveria encontrar em situação de governo de gestão) a ser recompensado pela adjudicação a esta entidade privada por 500 milhões de euros, por parte de Daniel Sanches, do sistema de comunicações em causa.
Por seu lado, Daniel Sanches, após a tomada de posse do novo governo, volta para a SLN.
Tendo sido despoletado um inquérito e averiguações a esta situação por parte da PJ, todo este processo termina agora da maneira habitual nesta treta de País em que vivemos, completamente atolado na corrupção, ou seja, ARQUIVADO pelo Procurador-geral adjunto Azevedo Maia, alegadamente por alta de provas ! Daniel Sanches nem terá sido ouvido em sede de inquérito (?)
Pelo meio disto tudo, aínda aparece referido o nome de Manuel Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna, que também terá estado na SLN como administrador não executivo e que em finais de 2006 continuava ligado ao grupo, sendo actualmente «Conselheiro de Estado» por escolha do Presidente da República Cavaco Silva."
Apre (!) que eles estão em todas, qualquer que seja o governo e desde que pertençam ao «grande partido peronista», perdão..., ao enorme «bloco central de interesses» !

Como aumentar o nível escolar aos pontapés

Como já havia referido noutro artigo, eis um exemplo da esperteza saloia deste governo.

Assim como fez com as tais cinco ou seis cadeiras adicionais que tirou por correspondência numa universidade que se provou não ter credibilidade e que fechou, o Sr. José Sócrates resolveu não ser egoista e educar o "povo" por decreto.


Agora, com um curso de cozinha adicional os craques da bola podem ficar com o 12º ano e mais tarde, talvez um curso de massagista lhes garanta a licenciatura em engenharia igual à do primeiro ministro...


Eu cá por mim acho melhor devolver o meu «canudo» de engenharia obtido após cinco suados anos no Instituto Superior Técnico/IST porque não consigo competir com a nova geração de licenciados deste País !

domingo, 13 de abril de 2008

O País da subversão total de valores

Os portugueses tiveram oportunidade de constatar a situação grave em que se encontra a vivência das escolas portuguesas, pela trasmissão exaustiva que os meios de comunicação social televisivos fizeram de uma filmagem colocada no You Tube de acontecimentos lamentáveis e que envolveram todos os alunos de uma turma da Escola Secundária Carolina Michäelis e uma professora.
Os acontecimentos são demais conhecidos para que haja necessidade de os voltar a invocar !
A situação
, para lá de ter sido visionada pelo País à exaustão, não constitui novidade quanto ao que se passa na maioria das escolas, por mais que as autoridades a pretendam desvalorizar ou branquear. E não nos podemos esquecer que se verificaram numa escola dita «normal» e não numa escola «problemática».
Em qualquer País europeu que não o nosso, tais acontecimentos seriam encarados com apreensão e seriam certamente objecto de atenta análise e correcção.
Em Portugal
, onde todos sabiam que situações destas se passavam com frequência, a reacção foi a que caracteriza uma sociedade atrasada e cínica que não se consegue desligar dos tiques do século passado, consolidados pela longa ditadura do Deus, Pátria e Autoridade.
Tal como em relação às amantes, o que era preciso é que nada se soubesse, tudo em nome dos bons costumes !
E a máxima vergonha vem agora com a subversão total de valores subscrita pela Direcção Regional de Ensino do Norte (DREN).
Para espanto de todo o País, sabemos agora que a DREN
, certamente que por instrução do Governo, resolveu enviar ao Ministério Público e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social uma queixa contra a forma como alguns órgãos de informação difundiram o video que documenta o incidente.
Video esse que foi efectuado por um dos alunos envolvidos, com a participação de toda a turma e para seu gáudio como se viu, e por ele(s) próprio(s) colocado voluntàriamente num programa de divulgação de video internacional totalmente aberto.
A falta de vergonha e a atitude censória deste governo, chefiado por um lider de pés de barro e telhados de vidro, começa a ENJOAR o País !
Afinal, que treta de País é este em que se subvertem totalmente as situações, e em que se fica a saber que no fim de tudo, o processo de averiguações levado a efeito pela escola permitiu aplicar aos alunos envolvidos as seguintes sanções:
  • O aluno que impediu a ajuda à professora vai ser suspenso por um período inferior a dez dias;
  • Toda a turma terá mais uma hora dedicada à Formação Cívica.

Assim sendo, muito se devem estar a rir os alunos da referida turma !

Eles estão em todas

Para quem se recordar de uma das «frases soltas» de 2 de Abril, não será novidade saber que Jorge Coelho adquiriu repentinamente a formação e experiência essenciais ao cargo de presidente da construtora Mota Engil, uma das maiores do País.
Realmente, para além da Universidade Independente, o Governo (qualquer que ele seja) é a melhor escola do País !
Não sei mesmo como é que o MIT, o INSEAD ou a Universidade de Harvard aínda não resolveram mandar os seus docentes até Portugal para um breve estágio no governo português, de modo a melhorar as suas performances no ensino dos futuros gestores das maiores multinacionais.
Por outro lado, o BE propõe no parlamento um período de «nojo» de 10 anos para os ex-ministros e quejandos e José Sócrates sorri-se, com toda a sobranceria, perguntando a Louçã se ele acharia razoável que após ser primeiro ministro com 50 anos nunca mais pudesse voltar a trabalhar porque, com o ditos 10 anos, teria nessa altura 60 anos ?
Percebemos todos que o que se discute e propõe no parlamento a este propósito não é sério de parte a parte, pois o que está em causa não é a limitação pura e simples de trabalho a quem muitas vezes deixou a sua actividade privada para exercer funções governativas, ou outras, mas sim a ética que deve nortear o seu regresso à vida activa.
Compreende-se que José Sócrates, que para além de assinar alguns projectos que não executou e nada mais fez na vida do que ser um «apparatchik» do PS, fique preocupado em que lhe limitem os possíveis "tachos" que lhe venham a aparecer no futuro !
Já não se compreende que a pantanosa ligação da política à construção civil e ao futebol venha a ter em Jorge Coelho mais um mau exemplo a acrescentar aos já existentes.

O grande «Centrão» no seu melhor

"Numa coisa PSD e PS são iguaizinhos: os seus especialistas de aparelho, que conhecem as técnicas todas, mostram uma imaginação sem limites para “ganhar” eleições. No PS da Guarda veio agora saber-se que entre 400 novos militantes, várias dezenas moram na Associação de Dadores de Sangue da Guarda e os que não moram lá, moram na sede do PS de Celorico da Beira, que deve ser local muito aconchegado. A não ser que se trate de um takover do PS da Guarda por um grupo de vampiros que até agora dormia sossegado numa caverna na serra da Estrela, é muito socialista dador de sangue, com tanto empenho que vive de tubo posto e até manda a correspondência para a cama da Associação. Estas maravilhas de inscrição de militantes envolvem outro militante que têm também o perfil habitual: militante do distrito - funcionário da sede do PS – assessor do Grupo Parlamentar – assessor de Sócrates, que, questionado, responde não comentar porque são “questões internas” do PS. Tudo perfeito. Onde é que eu já vi isto?"

Abrupto - José Pacheco Pereira

sábado, 12 de abril de 2008

Branqueamento da violência nas escolas ?

As estatísticas, na sua crua realidade, permitem sempre as mais variadas interpretações normalmente em função do objectivo pretendido.
Vem isto a propósito da notícia de primeira página do jornal Público de 5 de Abril em que se faz uma chamada às estatísticas sobre os números correspondentes à apreensão de armas de fogo e brancas nas escolas entre 1995/6 e 2006/7.
Segundo dados resultantes da consulta dos relatórios do Programa Escola Segura, parece que a apreensão de armas de fogo nas escolas está ao nível de há dez anos !
Confesso que esta afirmação me não conforta mìnimamente pois ela também é elucidativa de que, se o nível se mantém e não é zero, parece que nada foi feito para evitar este problema gravíssimo.
Os números adiantados, que seguidamente se reproduzem
Armas de Fogo apreendidas
  • 1995/96 - 04
  • 1998/99 - 12
  • 2000/01 - 15
  • 2006/07 - 13

Armas Brancas apreendidas

  • 1995/96 - 8
  • 1998/99 - 51
  • 2000/01 - 88
  • 2006/07 - 165

Agressões contra professores

  • 1999/00 - 139
  • 2000/01 - 146
  • 2001/02 - 138
  • 2002/03 - 293
  • 2005/06 - 390
  • 2006/07 - 185

Agrssões contra alunos

  • 1999/00 - 602
  • 2000/01 - 348
  • 2001/02 - 370
  • 2002/03 - 1525
  • 2004/05 - 185
  • 2005/06 - ?
  • 2006/07 - ?

Vítimas que receberam tratamento hospitalar

  • 1995/96 - 36
  • 1998/99 - 60
  • 2000/01 - 160
  • 2001/02 - 119
  • 2004/05 - 218
  • 2005/06 - ?
  • 2006/07 - ?

Agressões contra funcionários

  • 2001/02 - 158
  • 2002/03 - 315
  • 2003/04 - ?
  • 2004/05 - 139
  • 2005/06 - ?
  • 2006/07 - 147

não descansam ninguém, para além da sua simples valorização estatística, já que é o próprio Procurador Geral da República a referir que são levadas para as escolas pistolas de calibre 6.35 e de 9 mm (pistolas de guerra não autorizadas ao cidadão comum), bem como caçadeiras.

Confesso o meu mais profundo espanto em imaginar um "puto" chegar à escola com os livros debaixo de um dos braços e de caçadeira a tiracolo sem que ninguém nessa mesma escola dê por isso !!!

Tudo isto acompanhado de agressões a 185 professores, 147 funcionários das escolas e a um número indeterminado de alunos.

Se isto não é o «farwest», onde está instalado o medo e o deixa andar, então não sei o que seja pois já se afirmou que em 2007 houve cento e tal pedidos de ajuda de professores através da sua linha SOS, dos quais 23 nada fizeram por temerem represálias.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Frases soltas

"As legislaturas têm um
ano para enganar incautos
e três para os espremer.
E chamam a isto democracia."
João Paulo Guerra
"José Sócrates sabe o que faz e semeia para colher."
Inês Serra Lopes
"Quem semeia ventos colhe tempestades."
Ditado Popular - Falcão
"O número de políticos em altos cargos
na privada faz recordar aquela observação
que dantes se ia dizendo por graça mas que,
pelos vistos, é verdadeira: mais importante do
que ser ministro... é já ter sido."
José Leite Pereira - Jornal de Notícias
"A escola é o espelho da sociedade.
Não há sociedades doentes com escolas boas,
não há escolas doentes em sociedades boas."
Roberto Carneiro - Diário Económico